Com 22 votos contrários, o projeto que determina ônibus exclusivos para mulheres em Curitiba foi rejeitado na Câmara Municipal. Apenas sete vereadores foram favoráveis a proposta. A votação terminou no começo da tarde desta segunda-feira (17), depois de uma manhã de bastante polêmica na casa.

A proposta do “Panterão”, como é chamada, determinava a reserva de 20% da frota, em dias úteis e nos horários de pico para as mulheres. A sugestão era de que o ônibus fosse identificado com a cor rosa. É o que explica o autor da proposta, vereador Rogério Campos (PSC).

Pela proposta não seriam colocados novos ônibus na cidade, o que seria feito era destinar parte da frota já existente só para as mulheres. A vereadora Julieta Reis (DEM) disse que isso causaria ainda mais filas no transporte coletivo.

O projeto já tinha sido apresentado em maio do ano passado e a proposta foi adiada por 50 sessões a pedido do próprio autor do projeto, com a justificativa de que “não havia clima para o debate”.  A vereadora professora Josete (PT) disse que a proposta representaria um atraso para a sociedade.

A representante da Marcha Mundial das Mulheres, Liliane Coelho, considera que o projeto precisa ser repensada.

Um projeto de lei semelhante foi aprovado pelos vereadores de São Paulo em julho desse ano mas foi vetada pelo governador do Estado, Geraldo Alckimin. Já no Rio de Janeiro, uma lei estadual de 2006 obriga a destinação de vagões exclusivos para mulheres nas composições de trens e no metrô.