Retorno do ponto biométrico é realidade nas empresas, pós pandemia
Manutenção do registro de forma auditável garante a segurança para empresas e empregados, dizem especialistas
Mais de 185 mil empresas no Paraná devem realizar diariamente o registro do ponto dos funcionários, segundo o Ministério do Trabalho. A exigência é cobrada pela legislação de todas as companhias que têm mais de 20 empregados.
Durante a pandemia, o apontamento dos horários das jornadas foi flexibilizado, especialmente nos locais onde o registro acontecia pela digital, para evitar a disseminação da doença. O advogado trabalhista Rafael Galle afirma que a exigência do controle não foi abandonada nesse período.
Com o abrandamento da disseminação da Covid-19 no país, as empresas que tinham permitido o registro de jornada de forma diferenciada, estão retornando com os apontamentos na maneira tradicional. O especialista ressalta a importância do cuidado com os registros, tanto para o empregador, quanto para o empregado.
O período da pandemia, em que o registro do ponto foi flexibilizado, contribuiu também para o desenvolvimento de outras formas de registro da jornada pelos empregados. O CEO de uma empresa de tecnologia, Jungles Wegher, coordenou o desenvolvimento de um sistema que permite o registro da jornada, por meio do reconhecimento facial.
Um levantamento do Tribunal Superior do Trabalho aponta que o pagamento das horas extras foi um tema recorrente nos processos trabalhistas, em 2023. Durante todo o ano, foram quase 700 mil ações que reclamavam a remuneração pelas horas extraordinárias.
Diante desse cenário, além de manter o registro do ponto dos empregados, a empresa precisa garantir que os dados apontados são reais, blindados contra fraudes.
Em todo o Brasil, mais de dois milhões e meio de empresas estão obrigadas a realizar o controle de jornada.
Reportagem: David Musso