Ricardo Barros vira réu em processo que apura um esquema de corrupção em contratos da Copel
O líder do governo Bolsonaro na Câmara e deputado federal Ricardo Barros (Progressistas), virou réu na Justiça Eleitoral, por suspeita de envolvimento em um esquema de corrupção, pagamento de propinas e lavagem de dinheiro, envolvendo contratos da Copel – a Companhia Paranaense de Energia. Outras quatro pessoas que foram denunciadas junto com Barros, também passam a responder pelos crimes.
Segundo a denúncia, Barros utilizou a influência que tinha na diretoria da Copel, enquanto era secretário estadual de Indústria, Comércio e Assuntos do Mercosul no Paraná, para pedir e receber propina da Galvão Engenharia. Parte do dinheiro teria sido entregue em espécie ao deputado e outra parte teria sido paga por meio de doações eleitorais para a campanha do político a uma cadeira na Câmara dos Deputados, em Brasília.
Ao todo, Barros teria recebido cerca de R$ 5 milhões – dois e meio por cento do valor total da transação entre a Galvão e a Copel. O grupo Galvão Engenharia vendeu duas empresas do setor de energia eólica à Copel, em transações que teriam sido intermediadas por Barros. As operações somam quase R$ 200 milhões. Segundo o Ministério Público, os ilícitos teriam acontecido entre 2011 e 2014. O deputado nega as acusações.
Em nota, o parlamentar diz que auditorias independentes mostraram a ausência de dano aos cofres públicos, com a compra do parque eólico pela Copel. Ele sustenta, ainda, que os depósitos por ele recebidos tem origem lícita e foram todos declarados à Justiça. Por fim, o parlamentar classifica a denúncia do Ministério Público como ativismo político e diz que vai provar a própria inocência. Procurada pela reportagem, a Copel ainda não se pronunciou sobre o assunto.
Reportagem: David Musso