Sem transporte, cooperativas param atividades e supermercados começam a esgotar estoques
Representantes das cooperativas e de supermercados do Paraná manifestam preocupação com a paralisação dos caminhoneiros. O sistema Ocepar, das cooperativas do Estado, divulgou um comunicado nesta quarta (23), em que afirma que a paralisação preocupa o setor. Segundo a nota, vários produtores suspenderam as atividades de abates de animais e de processamento de grãos.
Produtores de leite estão descartando o produto por não ter como transportá-lo, nem armazenar em estoque. Segundo o superintendente da Ocepar, Robson Mafioletti, a situação é delicada e atinge diversas áreas de produção.
Mafioletti afirma que a falta de transporte não atinge apenas a produção de perecíveis. As cooperativas de grãos também já estão começando a parar as atividades. Outra preocupação é com o prejuízo nas exportações do agronegócio.
Sem a chegada dos caminhões ao Porto de Paranaguá, um dos berços do Corredor do Porto parou de operar ontem. Ele destaca que a Ocepar apoia a mobilização, mas prevê ainda mais prejuízos caso a situação não seja resolvida rapidamente.
A falta de transporte também afeta o abastecimento dos supermercados. A Associação Paranaense de Supermercados (APRAS) afirma que empresas filiadas à instituição já começam a ter estoques de produtos comprometidos. Em alguns casos, comerciantes estão buscando itens diretamente no produtor.
Em nota, a APRAS destaca que a principal preocupação é com os alimentos perecíveis, como frutas, legumes, verduras, carne in natura e demais categorias de produtos resfriados, como laticínios. A Associação afirma que se solidariza com a classe dos caminhoneiros e pede que a situação seja resolvida o mais breve possível para reestabelecer o fluxo de logística no país.