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Série Especial: Trabalhadores da indústria fortalecem a economia do Paraná

Para trabalhar na indústria, a adaptação e o aprimoramento são fundamentais para se dar bem

 Série Especial: Trabalhadores da indústria fortalecem a economia do Paraná

(Crédito: Gelson Bampi)

Episódio 01 – ‘Todo dia é um desafio diferente’

A satisfação do pai em trabalhar em uma indústria paranaense e as boas histórias conquistadas em anos de carreira foram fundamentais para a escolha da profissão de Guilherme Duarte.

 “Ele foi me moldando para ter essa carreira na indústria que tenho até hoje. Ele começou aos 14 anos, então na minha vida inteira fui influenciado para seguir o mesmo rumo”, conta o filho orgulhoso.

Atualmente, Guilherme trabalha como analista de processos na Dunlop Pneus e diz que atuar no setor é aprender em todos os momentos.

“Todo dia é um novo dia, todo dia é um desafio diferente. Todo dia é uma adversidade que você tem que enfrentar. É um desenvolvimento constante. Você nunca sabe nada, mesmo sendo a pessoa mais experiente da empresa”.

(arquivo pessoal)

Guilherme é uma das mais de 900 mil pessoas que trabalham nas indústrias do Estado. O segmento é diversificado, com vários polos que movimentam ainda mais a economia e colocam o Paraná como o quarto maior produtor industrial do país.

O presidente da Federação das Indústrias do Paraná (FIEP), Carlos Valter Martins Pedro, afirma que o setor industrial é um dos que mais remunera e consequentemente, mais atrai interessados em seguir carreira na área.

“Os empregos na indústria são os que pagam melhor. Além disso, a indústria é um excelente local para desenvolvimento profissional, tanto no chão de fábrica como na operação de máquinas. A indústria tem tudo!”.

O presidente e também industrial garante que o chão de fábrica mudou muito e que atualmente a qualidade de trabalho é considerada bem atraente.

“É muito difícil hoje ter um ambiente insalubre, com muito barulho de máquina, por exemplo. Hoje tem uma situação tecnológica de apoio constante na evolução do funcionário e é um excelente local de trabalho. Tem um monte de oportunidades para os jovens. É preciso estar atento a essas possibilidades de carreira, boa remuneração e desenvolvimento pessoal”, recomenda o presidente.

Episódio 02 – Ferramenteiros: ‘o coração da indústria’ 

 A cada ano que passa, a indústria se transforma.

É uma tecnologia nova que surge, um segmento que se destaca ou novos meios de produção que ganham mais evidência. Mas mesmo com tantas mudanças, algumas profissões continuam sendo fundamentais para o processo industrial. É o caso dos ferramenteiros.

(Crédito: Gelson Bampi)

A profissão é antiga e ainda fascina muita gente, como Mariano Pereira, que trabalha na área há 20 anos.

“Apesar da tecnologia nos ajudar bastante, ainda é uma profissão que demanda muito, não só na área automotiva. Quase tudo que você tem dentro de casa depende de uma ferramenta para que possa ser feita a manutenção desses equipamentos. Independente se passou por um equipamento mais tecnológico ou não, a ferramenta ainda dá o toque final no produto”, conta o ferramenteiro.

Do chão de fábrica para a sala de aula, mas agora para ensinar. 

Desde os 14 anos, Antônio Sérgio Mariano começou a fazer cursos no Senai para trabalhar nas indústrias. Antônio também é ferramenteiro e agora atua na profissão como multiplicador de conhecimento.

 “O momento está excelente para a profissão e está totalmente em evidência. O que fazemos é a parte do coração da empresa. Tudo passa pela ferramentaria, para que o produto tenha a qualidade que as peças exigem”, explica o técnico. 

Allan Michel Jitkoski, de 22 anos, é formado pelo Senai Campo Largo. Segundo ele, a profissão requer dedicação, já que cada setor possui características únicas.

“Durante o processo nada é fácil. Todas as vezes trabalhamos com ferramentas que nunca foram desenvolvidas antes. Cada setor, pelo menos os que passei, possuem características únicas. São muitos macetes que ocorrem durante o processo, porém é importante ressaltar que nenhuma das vezes todo o processo é igual”, afirma o profissional.

Matheus Bernart trabalha há cinco anos como projetista na indústria Artis e Matriz, empresa paranaense especializada no projeto e confecção de moldes para injeção de termoplásticos e de ferramentas de estampo.

Ele diz que a função requer muito cuidado e está diretamente ligada com a ferramentaria.

 “A função é muito trabalhosa e requer atenção muito grande para não cometer nenhum tipo de erro. Alguns funcionários estão na empresa há 28 anos, e sempre estão aprendendo algo diferente”.

Segundo o presidente da Federação das Indústrias do Paraná (FIEP), Carlos Valter Martins Pedro, assim como os ferramenteiros, há outras profissões que são bem remuneradas no setor.

“Há uma preocupação nossa da Fiep e do SENAI de valorizar as profissões industriais dentro da nossa rotina, tanto na questão do Sesi, no nosso colégio Sesi, mas principalmente também na formação profissional dentro do SENAI. Por exemplo, um profissional ferramenteiro que vai fazer ferramentas especiais, ele é, como se diz a gíria, uma ‘mosca branca’ e muito bem remunerado. Mas não é só no caso de um ferramenteiro, nas gráficas nós temos operadores que são especialistas e que ganham muito bem. Nós temos ‘n’ profissões bem valorizadas no mercado”, finaliza o presidente.

Episódio 03 – Parceria entre indústria e funcionário

 Para trabalhar na indústria, a adaptação e o aprimoramento são fundamentais para se dar bem, independentemente da profissão.

O setor muda a cada momento e para não ficar para trás é preciso investir, principalmente na mão-de-obra.

O mecânico de manutenção, Paulo David Gotardi, trabalha há 12 anos na Oregon Tool, indústria líder mundial na produção de correntes e barras para motosserras.

(Paulo David Gotardi – foto divulgação)

De acordo com ele, a companhia incentiva os colaboradores a se desenvolverem ainda mais.

“Logo que ingressei na empresa, já fui entendendo os vários benefícios que a indústria oferece. Um deles foi o benefício da bolsa de estudo do idioma e aplicar o conhecimento do inglês no meu dia-a-dia. Também estou no quarto ano do curso de engenharia e essa ajuda facilita muito o meu desenvolvimento”.

 O diretor de Recursos Humanos da indústria, Paolo Bicca da Silva, afirma que o incentivo traz muitos resultados. Um deles é o tempo médio de permanência do funcionário na empresa, que é superior a 13 anos.

“É um investimento que é feito neles e por eles também, para que aprendam coisas novas e busquem novos caminhos, como cargos novos e mudança de área. Não precisa necessariamente ser um crescimento vertical, ele pode ser horizontal muitas vezes também”, esclarece o diretor. 

A preferência por jovens com maior qualificação chama a atenção no levantamento divulgado recentemente pelo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados, do Governo Federal. 93% dos trabalhadores contratados estão na faixa etária entre 18 e 24 anos e 86% já completaram o Ensino Médio.

 Os homens ainda são os principais trabalhadores no setor industrial, de acordo o economista da Fiep, Evânio Felippe.

“Nós sabemos que a indústria está passando por um processo grande de transformação, de renovação do seu parque tecnológico, de novas tecnologias e mudando inclusive a indústria como um todo. Na área automotiva, por exemplo, a gente vê esse grande movimento de mudança. ”

Ainda segundo a pesquisa do Caged, do saldo de pouco mais de 15 mil vagas abertas em 2022, 53% das oportunidades são preenchidas por homens e 47% são por mulheres.

Episódio 04 – Metaverso: ‘não existe indústria sem funcionário’

Gerar mais eficiência para as indústrias e testar melhores resultados do mundo real dentro do mundo virtual.

O metaverso é uma das tecnologias em ascensão também no setor industrial, com a promessa de economia de recursos e tempo para os negócios.

Com a influência do metaverso nas relações humanas, a tendência é que novas profissões sejam criadas.

Muitas especialidades terão que passar por atualizações, a fim de compreender como empregar essa nova cultura na rotina de trabalho, como afirma o pesquisador do Sistema Fiep, Ramiro Pisseti.  

“Existe um grande movimento em tentar entender o que está acontecendo e tentar se antecipar a esses movimentos. O Metaverso aglutina várias tecnologias que já estão sendo desenvolvidas há muitos anos. Muita coisa a gente experimentou forçadamente na pandemia, por ter que trabalhar remotamente. Quem já tinha algum preparo nisso em 2020, certamente saiu na frente do concorrente. As indústrias que não estavam totalmente digitalizadas ou que adiaram muito esse processo sofreram um pouco mais para alcançar essa mudança”.

(Crédito: Gelson Bampi)

Paulo Renato Oliveira é fundador da Action Labs, um laboratório de inovação em Curitiba. Ele afirma que o interesse das indústrias em se transformar está cada vez maior.

“A gente vê muita disposição das empresas para inovar e elas têm necessidades que podem ser respondidas pelo metaverso. A gente teve algumas conversas com a Volvo, por exemplo, que  tem o ambiente que deve montar as cabines dos caminhões. Nisso, a pessoa vai estar muito mais preparada para o ambiente físico, como os pilotos sempre fizeram com os simuladores. 

Para o gerente de educação e negócios do sistema Fiep, Carlos Eduardo Leite, a transformação é vista em todas as partes, principalmente na área automotiva. 

“A indústria passa por um processo grande de transformação, de renovação do seu parque tecnológico, novas tecnologias, mudando inclusive a indústria como um todo. Haja vista na área automotiva, como os veículos a combustão que passam por veículos elétricos. Basta vir a tecnologia, ela traz uma necessidade de transformação na cadeia inteira, desde os fornecedores, prestadores de serviço.

 O presidente da Federação das Indústrias do Paraná, Carlos Walter Martins Pedro, reforça que apesar de novas tecnologias, a força humana ainda é primordial para o setor.

“Não existe indústria sozinha. A indústria é uma junção da logística, do prédio, dos equipamentos. Também não existe indústria sem o funcionário e não existe sobrevivência sem a evolução técnica e a evolução do funcionário para operar tudo isso”, diz o presidente.

Confira a série especial também em áudio:

Reportagem: Lorena Pelanda

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