A primeira sessão do ano na Assembleia Legislativa do Paraná foi marcada por protestos de servidores. Os deputados estaduais voltaram ao trabalho hoje depois de 46 dias de férias. Cerca de 200 funcionários públicos ocuparam as galerias para se manifestar contra um projeto do governo do estado que prevê a criação de uma fundação, ou seja, uma entidade privada, para fazer atividades que hoje estão sob responsabilidade da Secretaria Estadual de Saúde.

A fundação vai, por exemplo, poder comprar materiais sem a necessidade de licitações e contratar funcionários sem concurso público, o que é interessante para o governo, que está no limite de gastos com pessoal. Os servidores fizeram muito barulho e interromperam a sessão várias vezes. Eles vaiaram o discurso do vice-governador, Flávio Arns, que apresentava um balando sobre o governo no ano passado.

A coordenadora do fórum que reúne entidades sindicais, Marlei Fernandes de Carvalho, criticou o projeto do governo.

A proposta para a criação da fundação para a saúde chegou no ano passado à Assembleia e seria votada nas últimas sessões do ano. No entanto, não houve um acordo, inclusive com deputados da base aliada, o que obrigou o governo a recuar. O líder do governo, o deputado Ademar Traiano, negou que o projeto se trate de privatização e disse que o protesto foi organizado pela oposição. Ele conversou com Amanda Menezes.

Segundo Traiano, o projeto ainda não tem previsão de quando será votado. Ele disse que precisa fazer novas reuniões com a equipe do governo e com os parlamentares para discutir o assunto.