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Setor de combustíveis vê risco de desabastecimento

O problema é causado principalmente por dificuldades nas entregas de etanol anidro e biodiesel

 Setor de combustíveis vê risco de desabastecimento

Foto: Marcello Casal jr/Agência Brasil

As maiores distribuidoras de combustíveis do país alertam para risco de desabastecimento dos postos com a permanência dos bloqueios em rodovias. O setor pede atenção especial no Paraná, Santa Catarina e o entorno da Refinaria de Paulínia, em São Paulo. Os bloqueios já provocam falta de produtos em postos de ao menos cinco estados e do Distrito Federal, segundo sindicatos que reúnem os revendedores.

O problema é causado principalmente por dificuldades nas entregas de etanol anidro e biodiesel, que são misturados na gasolina e no diesel. Em nota, o Instituto Brasileiro de Petróleo e Gás (IBP) expressa preocupação. O pedido é de uma “ação coordenada das autoridades” para o desbloqueio das estradas, inclusive com a formação de corredores logísticos, com proteção dos órgãos de segurança pública, para garantir o abastecimento e a mobilidade nacional.

O IBP lembra que os combustíveis são essenciais para o transporte urbano e de cargas, inclusive de alimentos, hospitais e segurança pública. Em relação a combustíveis automotivos, a situação é mais crítica em Santa Catarina e no Paraná, já que a refinaria que atende os dois estados, localizada em Araucária (PR), está parada para manutenção, e manifestantes fecharam as principais vias de importação de outros estados.

Santa Catarina foi o primeiro estado a acusar falta de combustíveis em alguns postos, ainda na noite de segunda-feira (31). Já a preocupação com Paulínia é relacionada à produção de querosene de aviação para atender as companhias aéreas.

Para evitar desabastecimento de diesel, as distribuidoras devem propor ao governo a flexibilização da mistura de biodiesel, hoje em 10%, já que a logística do produto é feita por via rodoviária e os polos produtores estão localizados no Centro-Oeste.

O IBP estuda a viabilidade de pedir a flexibilização da mistura de etanol anidro à gasolina, hoje em 27%. No entanto, qualquer proposta nesse sentido depende de avaliações sobre o rendimento dos motores.

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ricardo.pereira