Os sindicatos que representam os petroleiros se reúnem ao longo desta quarta-feira (19), no Rio de Janeiro, para avaliar os próximos passos da greve nacional da categoria que chega ao décimo nono dia. O encontro acontece após a desembargadora Rosalie Michaele Bacila Batista, do Tribunal Regional do Trabalho (TRT) da 9ª Região, em Curitiba, suspender temporariamente as demissões dos funcionários da Fábrica de Fertilizantes do Paraná (Fafen-PR), em Araucária, na região metropolitana.

De acordo com o diretor de comunicação da Federação Única dos Petroleiros (FUP), Gerson Castellano, a greve só está suspensa na fábrica de fertilizantes, já a continuidade em nível nacional será discutida.

A decisão de suspender as demissões na Fafen-PR aconteceu após a audiência de dissídio coletivo de greve dos trabalhadores terminar sem acordo. Para o Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias Petroquímicas do Estado, a proposta da Araucária Nitrogenadas não atende os anseios dos funcionários. No entanto, se comprometeu a analisar os pontos e apresentar uma contraproposta. A empresa oferece aviso prévio indenizado, garante os benefícios aos 144 empregados desligados sexta-feira (14), promete o pagamento proporcional de 40% da remuneração de dezembro de 2019, por ano trabalhado, além de outros pontos. Sem o acordo, a próxima audiência está marcada para o dia 6 de março.

Até lá, a Araucária Nitrogenados se compromete a suspender as demissões. Durante a audiência, a desembargadora Rosalie Batista ressaltou que, mesmo sem atividades na fábrica, os empregos devem ser mantidos.

A greve dos petroleiros entra no 19º dia, nesta quarta-feira (19). No início da semana, o ministro Ives Gandra Martins Filho, do Tribunal Superior do Trabalho, reconheceu como abusiva e ilegal a paralisação da categoria. A decisão ainda autorizou a Petrobras a adotar as medidas administrativas cabíveis para a interrupção da greve.

Nesta terça-feira (18), o Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias Petroquímicas do Estado se comprometeu a encaminhar à categoria o pedido para que a paralisação seja interrompida, até a próxima sessão no Tribunal Regional do Trabalho.

O ministro estabeleceu multas diárias de 250 mil a meio milhão de reais para o caso do descumprimento da decisão do Tribunal Superior do Trabalho, conforme o porte do sindicato. O encerramento das atividades na Fábrica de Fertilizantes do Paraná representa a demissão de 396 trabalhadores, entre eles funcionários que ingressaram na subsidiária da Petrobrás via concurso público. Também serão desligados cerca de 600 empregados terceirizados.

Em nota a Petrobras afirmou que a Ansa discutirá com o Sindiquímica-PR as condições do pacote de benefícios para os desligamentos dos empregados dentro do cronograma de hibernação previsto.

Reportagem: Leonardo Gomes