Um levantamento feito pela BandNews FM Curitiba mostra que, só neste ano, os aumentos nos valores da energia elétrica, da água, do IPVA, do ICMS, do IPTU e da gasolina devem aumentar as contas dos paranaenses em 23%. A vilã de todos os reajustes é a conta de luz, que a partir da próxima quarta-feira (24) vai chegar às casas do Paraná quase 15% mais cara. O reajuste, já significativo, é o segundo autorizado pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) só em 2015. Em março, a Copel passou a cobrar quase 37% a mais na tarifa do estado. A gerente de projetos Julianne Formigheri conta cada centavo de aumento na conta de luz, que saltou de valor desde o início do ano.

Abrir a torneira também ficou mais caro nesse ano, no Paraná. Desde o dia 1º deste mês, os lares do estado já começaram a pagar a segunda parcela do reajuste da água, que ficou em 12,5%. Nas bombas de combustíveis, um novo susto. Quem antes pagava até R$ 2,69 pelo litro do combustível em Curitiba, hoje se depara com preços que chegam a R$ 3,39, se considerados os valores indicados pelo Conselho Nacional de Política Fazendária, do Governo Federal. Para o taxista Elibelton Pontes, o que tem pesado mais no orçamento é o preço dos alimentos, bem salgado para manter a casa com sete pessoas.

O culpado pela alta nos alimentos é o ICMS – Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços. O encargo de mais de 90 mil produtos, que antes era de 12, passou para até 25% depois que o governo do estado propôs uma série de medidas para conter a crise financeira do Paraná. Dentro do chamado “pacote de austeridades”, os deputados da Assembleia Legislativa do estado também aprovaram o aumento no IPVA – o Imposto sobre Propriedade de Veículos Automotores. Neste ano, os motoristas do Paraná tiveram que desembolsar 40% a mais para quitar o débito com os cofres públicos. Para o economista Lucas Dezordi, o aumento no preço de tantos itens de forma simultânea mostra que a crise é real e precisa ser enfrentada com paciência e muita disciplina.

O economista acredita que a situação financeira do país deve ser de ajustes pelos próximos dois anos. Depois disso, a tendência é de que o panorama comece a melhorar, ainda que de forma gradativa. Mas, enquanto esse tão sonhado momento de calmaria não chega, o jeito é apertar os cintos e tentar passar pela crise, se possível, sem nenhum prejuízo acumulado no bolso.