Quase 50% dos ferimentos em tartarugas são causados por embarcações
Os estudos são feitos por médicos veterinários da Universidade Federal do Paraná
Entre 153 casos de lesões em tartarugas, aproximadamente 50% (76) são causados por navios e barcos. O estudo é do Laboratório de Ecologia e Conservação (LEC) da Universidade Federal do Paraná (UFPR), entre os anos de 2015 e 2022.
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Os animais analisados apontam cortes na carapaça, um padrão que indica atropelamentos causados por grandes embarcações. Os técnicos também indicam que os hematomas nas fraturas são comuns quando a tartaruga ainda está viva.
O Projeto de Monitoramento de Praias da Bacia de Santos é responsável pela análise dos casos de praias em Laguna (SC) até Saquarema (RJ). O controle entre as praias do litoral do Paraná é feito pelo LEC-UFPR, de Guaratuba a Guaraqueçaba.
O médico veterinário da Universidade Federal, Andrei Manoel Brum Febronio, afirma que há um padrão nas regiões onde os cortes são localizados.
“Além dos três cortes paralelos, sinuosos e simétricos, havia um quarto, no plastrão (ventre) do animal, coincidindo com um dos cortes da carapaça, o que evidencia que o animal girou no próprio eixo durante o atropelamento”.
Os estudos visam a alta ocorrência em que a ação humana interfere no ambiente aquático. De acordo com Carolina de Souza Jorge, médica veterinária do projeto, a regulamentação da velocidade dos veículos náuticos é uma medida que deve ser analisada. A definição de distâncias a serem mantidas por embarcações para áreas em que os animais ficam também é fundamental.
Além de tartarugas, golfinhos são geralmente afetados e atingidos por barcos e navios.
Informações: Fred Fiandanese, com supervisão de Leonardo Gomes