Quebra do milho safrinha deve fazer preço da carne aumentar ainda este ano
A carne pode ficar mais cara ainda este ano por causa da quebra na safra de milho 2015/16. O maior problema foi o clima, que resultou na queda da produtividade das lavouras. Para suprir a demanda pode ser necessária a importação do grão pelo Paraná. Segundo o Diretor Geral da Secretaria de Agricultura do Estado, Otamir Martins, o preço praticado nesta safra é esperado pelo agricultor, mas não por quem utiliza o milho como matéria prima, como os produtores de aves e suínos, que tem o grão como principal insumo da ração. Isso pode levar a uma alta nos preços das carnes.
Em abril do ano passado o produtor recebia uma média de 20 reais a saca. Neste ano, o valor é de aproximadamente 37 reais.
Mudanças também podem ser esperadas em relação à soja. Isso porque a partir do ano que vem os produtores paranaenses não vão poder mais fazer o plantio de soja sobre lavouras de grãos recém-colhidos, a chamada safrinha. A Portaria publicada pela Agência de Defesa Agropecuária do Paraná (Adapar) prevê evitar prejuízos com a ferrugem asiática, que está se tornando resistente à aplicação de fungicidas. De acordo com o Diretor Geral da Secretaria de Agricultura, é necessário ampliar o vazio sanitário, período em que não se planta a soja, para proteger o grão e não inviabilizar a produção no Paraná.
O Paraná é o segundo maior produtor de soja do país, atrás do Mato Grosso do Sul. Na safra 2014/2015 foram colhidas 17 milhões de toneladas no estado. A Adapar vai fiscalizar as propriedades e os agricultores que descumprirem a portaria vão ficar sujeitos às sanções administrativas previstas na Lei Estadual de Defesa Sanitária Vegetal, que vão desde a autuação até o acionamento das promotorias de Justiça.
Para 2017 a Secretaria de Agricultura prevê manter o mesmo nível de área plantada e de produção. Atualmente o Paraná representa 23% da produção de grãos do país.