As fortes geadas dos últimos três dias provocaram uma quebra estimada em 20% na produção de hortaliças na região metropolitana de Curitiba. A alface é o produto mais prejudicado. A agricultura na grande Curitiba é responsável por 40% de toda produção de hortaliças do estado do Paraná. São cerca de 3,6 mil toneladas produzidas por mês. A maior parte dessa produção, cerca de 80%, estava protegida por túneis baixos de plástico ou coberturas dos chamados tecidos não tecidos (TNT), e não há notícia de quem tenha sido danificada. É no restante, nas plantações que ficaram descobertas em campo a céu aberto, que está concentrado o prejuízo. O agricultor Rogério Zaruvny, de São José dos Pinhais, mantém metade da produção em campo aberto e metade em estufas. Ele estima que pelo menos 50% da alface produzida sem cobertura tenham sido perdidos. O frio e a geada também comprometem o ritmo de produção, mesmo em áreas protegidas.

O coordenador da área de hortaliças da Emater, Iniberto Hamerschmidt, diz que as geadas de sábado(11), domingo (12) e desta segunda-feira (13) foram intensas no campo e comprometeram principalmente as folhosas.

Desde junho, o preço da alface produzida na região metropolitana de Curitiba já subiu cerca de 50%. Não só por conta da geada, mas também por causa do longo período de chuvas que antecedeu o frio dos últimos dias. Iniberto Hamerschmidt diz que os consumidores devem ficar atentos para as tentativas dos comerciantes de elevar o preço de outros produtos, como tomate, que não são produzidos em larga escala na região de Curitiba nesta época do ano e, portanto, não foram afetados pela geada.

Depois das geadas dos últimos dias, apenas os agricultores que produzem em ambiente protegido devem continuar plantando hortaliças. Os que não têm recursos para cobrir as plantas em campo aberto terão que esperar o fim do período mais rigoroso do inverno para voltar a plantar.