Defesa de Cláudia Cruz pede sigilo sobre documentos e considera "descabida" recomendação para reter passaporte
A defesa da jornalista Cláudia Cruz, esposa do ex-presidente da Câmara dos Deputados Eduardo Cunha (PMDB/RJ), entregou uma petição à Justiça Federal do Paraná na qual faz um total de seis reclamações. No documento de 19 páginas os advogados questionam a competência do juiz Sérgio Moro para julgar o caso, reclamam da determinação de manter o passaporte dela retido e também pedem para que seja decretado sigilo sobre documentos anexados ao processo.
Em relação à competência da 13.ª Vara Federal de Curitiba, os advogados Pierpaolo Bottini e Cláudia Araujo argumentam que a instrução penal teve início antes de ser analisado um “pedido de exceção”. A defesa queria tirar o processo das mãos de Sérgio Moro e alega que, caso a ação penal seja repassada para outra jurisdição, o andamento do processo estaria comprometido porque testemunhas da ação já foram ouvidas em Curitiba.
No documento, a defesa também diz considerar “descabido” o pedido do Ministério Público Federal (MPF) para que o passaporte de Cláudia Cruz continue retido. Os procuradores da Força Tarefa Lava Jato no MPF, ao considerar um risco de fuga, recomendaram que o documento não fosse devolvido à jornalista. De acordo com o Ministério Público Federal, existe “real possibilidade” de Cláudia Cruz ou familiares dela ainda manterem contas bancárias no exterior não reveladas.
Outro pedido peticionado pelos advogados tem relação com a publicidade do processo. A defesa pede para que seja decretado o sigilo sobre 17 documentos anexados ao processo. Entre os documentos listados está a fatura do cartão de crédito dela que revela, entre outras compras, um gasto de mais de 24 mil dólares em Paris. Em um período de sete dias – entre 12 e 18 de fevereiro do ano passado – a jornalista fez compras em 14 lojas de artigos de luxo, como Chanel e Louis Vuitton. Segundo a tese do MPF, os objetos foram comprados com recursos desviados da Petrobras.