As últimas testemunhas de acusação do processo que tem entre os réus o ex-presidente Lula foram ouvidas hoje (segunda, 12) pela manhã, em São Paulo. Os depoimentos começaram às nove e meia e foram transmitidos a Curitiba por videoconferência. Os engenheiros Igor Ramos Pontes e Mariuza Aparecida da Silva Marques foram indicados pelo Ministério Público Federal (MPF) para esclarecer detalhes sobre um triplex no Guarujá, litoral paulista, suspeito de ter sido concedido pela empreiteira OAS a Luiz Inácio Lula da Silva.

O lojista Mario da Silva Amaro trabalha em uma empresa que teria fornecido os equipamentos de cozinha para o imóvel. Também são testemunhas da acusação o advogado Arthur Hermogenes Sampaio Neto e um homem apontado como parte do esquema de guarda dos bens presidenciais de Lula, Paulo Marcelino Mello Coelho.

Estas são as últimas testemunhas indicadas pelo Ministério Público Federal. Essa fase do processo começou no mês de novembro. As audiências foram marcadas por um clima tenso entre o juiz federal Sérgio Moro, procuradores da República e os advogados que atuam na defesa de Lula e da ex-primeira-dama Marisa Letícia.

Em fevereiro do ano que vem a Justiça começa a ouvir as testemunhas de defesa, indicadas pelos oito réus da ação penal. Além do ex-presidente e da esposa, também estão entre os réus o ex-presidente da OAS, Léo Pinheiro e o presidente do Instituto Lula, Paulo Okamoto.

Entre as pessoas que vão depor em favor de Lula e da esposa estão os ex-ministros Alexandre Padilha, Ricardo Berzoini, Jaques Wagner e Tarso Genro. O casal também colocou na lista de testemunhas de defesa o Senador Romero Jucá e o deputado federal Arlindo Chinaglia.

Em favor de Paulo Okamoto devem depor o ex-presidente da República Fernando Henrique Cardoso o senador e ex-presidente José Sarney e o ministro da Ciência e Tecnologia Gilberto Kassab.

Até o momento, quase 80 pessoas foram indicadas como testemunhas de defesa no processo. Essa fase da ação penal deve se estender até o mês de março.

A denúncia envolve três contratos da OAS com a Petrobras, a reforma de um triplex no Guarujá, no litoral paulista, e o contrato de aluguel de um depósito para guardar bens presidenciais de Lula. O esquema de corrupção, segundo o Ministério Público Federal, movimentou mais de oitenta e sete milhões e meio de reais (R$ 87,6 milhões).