Paraná ganha unidade policial contra crimes de ódio
A cada quatro dias, três pessoas são vítimas de racismo ou injúria racial no Paraná. Dados do Ministério Público estadual apontam que, de janeiro até agora, foram instaurados 207 inquéritos policiais no estado para apuração de crimes raciais.
Devido à demanda dos crimes de ódio, vítimas de racismo, homofobia, xenofobia e outras formas de preconceito passaram a contar com atendimento especializado em uma unidade policial de Curitiba, que começou a funcionar neste mês.
O Setor de Atendimento ao Vulnerável, no âmbito da Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), deve passar a promover um atendimento específico às vítimas deste tipo de crime. É o que detalha o coordenador do Centro de Apoio, procurador de Justiça Olympio de Sá Sotto Maior Neto.
Os dados que tratam de racismo no Paraná contabilizam apenas os denunciados. Segundo o Ministério Público, existem, ainda, os que não são registrados. Para o procurador de Justiça, é importante, também que, durante a investigação, o crime seja tipificado.
A unidade, que entrou em funcionamento há duas semanas, também tratará dos casos envolvendo moradores de rua. Desde 2014 até julho de 2016, a Polícia Civil abriu 21 inquéritos que tratam de pessoas em situação de rua, mortas em Curitiba.
A autoria do crime foi identificada em apenas três situações. A expectativa é de que, com a criação da unidade especializada, os índices de identificação e punição dos autores sejam revertidos.