Manifestação marcada para semana que vem tenta barrar possível aumento da passagem de ônibus
Representantes da sociedade civil estão organizando uma mobilização para tentar barrar um possível aumento da passagem de ônibus em Curitiba. A chamada tarifa social, que é o valor cobrado dos passageiros, está congelada desde 2017 em R$ 4,25.
Uma manifestação em defesa do transporte público está marcada para terça-feira da semana que vem (26), a partir das 17h30, na Praça Rui Barbosa. A possibilidade de reajuste está relacionada ao recente aumento da tarifa técnica e também à negociação salarial de motoristas e cobradores do sistema.
Fevereiro é a data-base para o reajuste da categoria, o que costuma ter impacto sobre o valor da passagem. Outra preocupação vem do aumento da tarifa técnica, que representa o custo real do sistema por passageiro. É por esse valor que a Urbs remunera as empresas do transporte público. No último dia 15 de fevereiro, a tarifa técnica passou de R$ 4,71 para R$ 4,79. O aumento foi aplicado para corrigir a defasagem causada pelo fim do subsídio do ICMS do diesel, que passou a valer em janeiro. A retomada do subsídio vem sendo discutida pela Prefeitura de Curitiba e o governo do Estado.
Nesta semana, representantes do Movimento de Luta pelo Transporte Coletivo estiveram reunidos com o presidente da Urbs, Ogeny Pedro Maia Neto. O coletivo manifestou preocupação com o aumento do valor da passagem e a possibilidade de demissão de cobradores. O diretor do Sindicato dos Engenheiros Luiz Henrique Calhau da Costa diz que há um temor de que um novo reajuste da tarifa técnica onere ainda mais a passagem de ônibus.
Na reunião com o presidente da Urbs, os representantes do movimento também pediram a reativação do Conselho Municipal de Transporte, que não se reúne desde o final de 2016. Luiz Calhau defende que a população tenha um fórum de discussão e esclarecimento de medidas que envolvem o transporte coletivo.
No final do ano passado, o prefeito de Curitiba, Rafael Greca disse que não havia como manter a tarifa congelada em 2019 enquanto os demais preços sobem. Mas o Município ainda não confirma que passagem de ônibus será reajustada. Em nota, a Prefeitura de Curitiba apenas explica que o reajuste da tarifa técnica é consequência do fim do subsídio do ICMS do diesel, o que fez o valor desse item encarecer a planilha de custos.
O Município reafirma que negocia o valor do subsídio com o governo do Estado e informa que a diferença entre o custo da tarifa técnica e o valor arrecadado com a tarifa social é coberta pelo fluxo de caixa do Fundo de Urbanização de Curitiba.
Reportagem: Lenise Klenk