Deputados estaduais do Paraná instalaram ontem (04) uma CPI para investigar os contratos de manutenção da frota de veículos do estado. A CPI da JMK vai se debruçar sobre os contratos dessa empresa, que há quatro anos é responsável pela gestão da manutenção e dos consertos de 17 mil carros oficiais no Paraná.

A JMK é suspeita de ter desviado R$ 125 milhões dos cofres públicos. Ela foi alvo de uma operação da Polícia Civil no mês passado. O governo do Paraná deve rescindir o contrato com a empresa nos próximos dias. Mas os deputados querem saber de que forma a JMK foi contratada pelo governo, e até se havia padrinhos políticos da empresa na administração pública. O deputado Delegado Jacovós (PR), que foi eleito relator da CPI, disse que o grupo pretende convocar para depor inclusive as pessoas ligadas à JMK e que foram presas na operação da polícia.

O presidente da CPI é o deputado Soldado Fruet (PROS), que afirmou que a comissão pretende somar esforços à investigação da Polícia Civil.

Os parlamentares vão começar a investigação da CPI solicitando os documentos dos contratos com o governo do estado. Eles também devem convocar para depor os investigadores que comandaram a operação da Polícia Civil. O contrato da JMK com o governo estadual foi assinado em fevereiro de 2015, durante a gestão do ex-governador Beto Richa. A empresa é suspeita de ter adulterado orçamentos, utilizado peças de baixa qualidade e ter deixado de pagar as oficinas mecânicas que deveriam consertar os carros.

A investigação policial apontou um superfaturamento de até 2450%. A JMK afirmou, em nota, que seu sistema de gestão das oficinas tem “grande transparência e economia, o que contraria muitos interesses que estavam estabelecidos antes da assinatura do contrato”. A empresa argumenta que os gastos com manutenção de veículos caíram após a contratação do serviço – de R$ 71 milhões por ano para R$ 43 milhões anuais.

Já a atual gestão, do governador Ratinho Junior, disse que prorrogou o contrato com a JMK por seis meses no início do ano, em janeiro, porque não havia tempo para contratar uma nova empresa. A gestão diz que já estava preparando um edital de licitação para uma nova contratação. Na Assembleia, a próxima reunião da CPI está marcada para a terça-feira, dia 11.

Reportagem: Estelita Carazzai