Educação precarizada promove reflexão na peça Conselho de Classe
Conselho de Classe marca o início da Mostra Lúcia Camargo e do Festival de Curitiba
Na estreia do Festival de Curitiba 2022, na terça-feira (29), aconteceu o primeiro dia da peça Conselho de Classe, um retrato do dia a dia da educação brasileira com uma trama de conflitos com interesses próprios de cada professor em questão. A obra, classificada como comédia política e com classificação indicativa de 12 anos, tem sua segunda exibição nesta quarta-feira, 30 de março, às 21 horas, no Teatro da Reitoria.
Retratando a realidade das escolas brasileiras e com uma linguagem híbrida entre seriedade e comédia, a peça aborda temas como descentralização educacional, drama, integração social e diplomacias. Vários interesses pessoais de cada personagem são desenrolados de forma gradativa durante a apresentação.
De acordo com o ator Leornado Netto, Conselho de Classe, idealizada em 2013, permanece propondo reflexões atuais. “Infelizmente o Brasil só pirou de 2014 para cá, mas a peça continua fazendo muito sentido”, afirma o ator Leornado Netto.
O advogado Carlos Augusto, de 54 anos, conta que estava esperando uma peça com um senso crítico e tinha medo que a mesma fosse enfadonha, mas se surpreendeu positivamente.
A montagem foi indicada a 25 prêmios e venceu 14 deles, sendo o maior prêmio vencido o Cesgranrio, no ano de 2014.
O ator Paulo Verlling diz que embora os prêmios vêm dentro de um ano, o que realmente importa é a repercussão que foi gerada dentro desse período. “O Prêmio veio como retribuição aos esforços da equipe”, ressalta. O ator Thierry Trémouroux acrescenta que o escritor da peça, Jô Balac, teve um papel muito importante nesse reconhecimento.
O professor de filosofia Marcio Campos, de 37 anos, relata que achou o enredo da peça muito bom, sobretudo por usar citações de Paulo Freire e tons de interpretações conforme os problemas atuais da sociedade, finalizando que recomenda facilmente a peça para os amigos. Já a psicóloga Samanta Rocha, de 49 anos, conta que em sua visão não houve mudanças no sistema da educação pública, e também reiterou a precarização da escola pública.
A atração é uma forma de reflexão sobre assuntos comuns da atualidade, como a educação, segurança e infraestrutura, como também do desrespeito aos professores perante a uma parcela da sociedade. Acompanhe essa crítica antiga e ao mesmo tempo atual no Teatro da Reitoria, às 21 horas.
Serviço:
30/03 (quarta-feira) às 21:00 no Teatro da Reitoria
Evento: Mostra Lúcia Camargo
Classificação: +12
Duração: 70 min
Ingressos: Inteira R$80 e meia entrada R$40 + taxas de serviço
A reportagem faz parte do projeto especial para o site bandnewsfm feita em parceria com estudantes do curso de Jornalismo da Universidade Positivo. O texto é de Marco Antonio G. Faoro.