Polícia descarta motivação política em assassinato de petista
Guaranho foi indiciado pelos crimes de homicídio qualificado por motivo torpe e por perigo comum
Para a Polícia Civil do Paraná não existem provas de que o assassinato de Marcelo Arruda ocorreu por motivação política. Segundo a delegada-chefe da investigação, Camila Cecconello, Jorge Guaranho não foi até o local da festa com o objetivo de atirar ou provocar a morte da vítima, mas sim o acirramento de uma discussão com ofensas pessoais, envolvendo partidos políticos, provocou os disparos.
Conforme a conclusão do inquérito, Jorge Guaranho soube da festa de Arruda minutos antes de confrontar o petista. O atirador estava em um churrasco e teve acesso as imagens do circuito de segurança do salão de festas através de um amigo. A partir deste momento, ele teria ido em direção ao local com o objetivo de confrontar o petista. Uma discussão entre os dois, sobre preferências políticas, terminou com provocações e o policial bolsonarista sacou a arma, apontou para a vítima e prometeu voltar.
É neste momento que a esposa da vítima tentou impedir que o policial atirasse. Sem sucesso, a troca de tiros iniciou, Marcelo Arruda sofreu pelo menos 4 disparos e não resistiu. O atirador também foi baleado, porém, foi encaminhado para um hospital.
INDICIADO
Jorge Guaranho foi indiciado pelo crime de homicídio qualificado por motivo torpe e por perigo comum por colocar a vida de outras pessoas em risco. A acusação consta na conclusão do inquérito apresentado a pouco pela Polícia Civil, depois de cinco dias de investigação. Uma das versões da defesa de Guaranho é que ele tenha disparado contra Arruda com o objetivo de se defender. A delegada descarta essa possibilidade.
No decorrer da semana foram ouvidas 18 pessoas, entre testemunhas e familiares das partes. Sem dúvidas em relação a autoria do crime, confirmada por imagens de câmeras de monitoramento, as investigações caminharam no sentido de esclarecer a motivação e as circunstâncias do fato. Com o inquérito concluído é aberto espaço para o Ministério Público Estadual oferecer ou não denúncia contra Guaranho.
O atirador permanece hospitalizado em estado grave, sedado, na UTI de um hospital de Foz do Iguaçu, sem previsão de alta.
Reportagem: Leonardo Gomes.