Casos de feminicídio e tentativas cresceram 30% no Paraná
A violência doméstica também aumentou, de mais de 42.500 casos em 2021 para quase 44.500 em 2022
Casos de feminicídio tentados ou realizados cresceram 30% no estado em 2022. De acordo com o Ministério Público do Paraná, no total foram 274 registros. As denúncias de violência doméstica também aumentaram, foram quase 44.493 casos no ano passado, contra pouco mais de 42.539 no ano anterior. A advogada Adriana Martins Silva, alerta que o comportamento abusivo inicia com microviolências e ações de controle.
A dificuldade em romper a relação deve-se à própria estrutura do ciclo de violência, composta por 3 fases. A primeira, chamada tensão, onde o agressor começa a apresentar pequenos sinais de violência, com irritabilidade em larga escala e, por parte da vítima, um sentimento de culpa e medo em relação à situação. Na segunda fase, chamado ato de violência é a concretização da violência propriamente dita, em suas diversas formas, também é o momento em que a vítima, fragilizada, pensa em buscar ajuda. E a terceira fase é o arrependimento, onde o agressor tenta a reconciliação e demonstra estar disposto a não repetir o comportamento, aqui a vítima é iludida ou pressionada socialmente a manter a relação. Este ciclo vai se repetindo e a cada repetição as agressões vão ficando mais graves, conforme a advogada.
Segundo ela, estes comportamentos abusivos são tipificados criminalmente, a injúria e difamação, em relação às agressões psicológicas, o furto, estelionato e destruição de objetos, como agressões financeiras, as vias de fato, lesão corporais, violência sexual e feminicídio em relação às agressões físicas. Por isso, a mulher que foi vítima destas ações deve procurar ajuda na delegacia da mulher de seu município, quando haja, ou em uma delegacia comum, ou até mesmo, fazer o boletim online. O telefone para acionar a Polícia Militar é o 190 e há também um número específico para atender situações de violência contra a mulher, o 180. Também podem ser acionados o Ministério Público ou a Defensoria Pública. Em casos de dificuldade de acesso a estas opções, a mulher pode fazer uma marca na palma da mão, um “X”, e mostrar a alguém com quem tenha contato. Se você suspeitar de que alguma mulher está sofrendo violência, mesmo que não haja certeza sobre a situação, faça uma denúncia. A denúncia pode ser anônima e o caso vai ser investigado. O disque-denúncia é o 181.
Reportagem: Amanda Yaragas