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Junho Roxo: conscientização sobre o lipedema

O Projeto de Lei, que instituiu a data, teve proposta apresentada na Assembleia

 Junho Roxo: conscientização sobre o lipedema

(Crédito: Orlando Kissner/Alep)

O Paraná é o primeiro estado do Brasil a instituir um mês especial dedicado ao lipedema, doença crônica que afeta 12,3% das mulheres do país. Nesta segunda-feira, 10 de junho, uma cerimônia na Assembleia Legislativa do Estado marcou a criação oficial do Junho Roxo, mês de conscientização e prevenção do lipedema.

O Projeto de Lei, que instituiu a data, teve proposta apresentada pelas deputadas Cantora Mara Lima (Rep), Maria Victoria (PP) e Márcia Huçulak (PSD), e pelo deputado Tercílio Turini (MDB). O projeto foi escrito com a ajuda da médica nutróloga Debora Froehner, que há 10 anos trata pacientes com lipedema e capitaneou a movimentação política que será tramitada na Assembleia.

“Visando levar meu conhecimento além da Clínica NutroCare, tomei a iniciativa de solicitar apoio do governo do Paraná em uma ação em prol de todas as mulheres com essa doença, ainda negligenciada, com o objetivo de conscientizar a sociedade, incentivar o diagnóstico precoce, políticas públicas e pesquisas. E assim, rompendo as paredes do consultório, poder abraçar todo o Estado”, fala a médica.

O objetivo do Junho Roxo é conscientizar a população, em especial as mulheres, sobre o risco do lipedema e ampliar as possibilidades de tratamento, além de estabelecer diretrizes e estudos sobre a doença, que causa uma disfunção do tecido conjuntivo, em especial dos adipócitos. “O lipedema é uma doença de impacto sistêmico, além do aspecto emocional, tendo repercussão na qualidade de vida das mulheres em qualquer idade e classe social”, destaca Debora.

A inflamação na gordura gera sintomas como dor, desconforto, cansaço, hematomas frequentes, inchaço e dor nas pernas, além de aumento de peso que não responde bem a tratamentos estéticos, exercícios físicos ou estratégias de emagrecimento. Casos mais graves podem dificultar o caminhar e atrofiar músculos. A enfermidade costuma piorar depois dos 40 anos devido às oscilações hormonais e não melhora após a menopausa.

A doença é conhecida há mais de 80 anos, mas era vista como uma questão estética, decorrente de outras enfermidades. Apenas em 2022 ela entrou para o rol de enfermidades da Classificação Internacional de Doenças (CID). “Até então, o lipedema era considerado como uma consequência de obesidade ou de um problema circulatório. Mas, hoje, já sabemos que é uma doença independente”, explica a médica.

O lipedema não tem cura, mas apresenta uma grande melhora dos sintomas com o tratamento adequado. “As pacientes sentem vergonha, frustração e culpa. Muito além do que se vê, o que mais importa no lipedema é o que não se vê, o que está por trás das pernas grossas, como aumento do risco de outras doenças, dores e inchaço. São inúmeros sintomas que impactam na qualidade de vida”, destaca a médica.

Com assessoria

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lorena.pelanda

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