Agro perde R$ 2,5 bilhões com excesso de chuvas
As plantações de trigo e fumo foram as mais afetadas pelo fenômeno climático El Niño
Os agricultores paranaenses acumulam um prejuízo bilionário com o excesso de chuvas dos meses de outubro e novembro, um dos reflexos do El Niño. O Deral (Departamento de Economia Rural), vinculado à Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento, calculou as perdas em 2 bilhões e meio de reais. Todo o Paraná foi afetado, mas as maiores perdas foram registradas nas lavouras das regiões Sul e Sudoeste do estado.
O agrônomo Carlos Hugo Godinho, coordenador de conjuntura do Deral, explica que os produtores de trigo foram os mais afetados. O excesso de chuvas fez o cereal perder a qualidade. Parte importante da produção foi perdida. Outra parte será vendida, mas poderá ser aproveitada apenas para ração, e por isso tem um valor de mercado inferior:
O El Niño é um fenômeno climático que afeta o mundo de formas diferentes. Ele é decorrente do aquecimento anormal das águas do Oceano Pacífico. Na região Sul do Brasil, o evento tende a intensificar o regime de chuvas.
No Paraná, a safra de trigo recuou 980 mil toneladas em relação ao potencial de colheita. Além das chuvas excessivas, a cultura foi prejudicada pelas doenças. A perda da qualidade fez com que 420 mil toneladas sejam destinadas à ração.
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As perdas foram calculadas em R$ 1 bilhão. Os produtores de fumo também foram impactados negativamente pelo El Niño. Com a perda de 31 mil toneladas de folhas, o prejuízo financeiro foi calculado em R$ 560 milhões.
Entre as safras de verão, uma das poucas beneficiadas pelo tempo foi o milho de segunda safra. O cereal foi colhido antes do período de chuvas e foi beneficiado pelo calor, o que resultou em uma colheita recorde de 14 milhões de toneladas.
Reportagem: Angelo Sfair