Campanha de vacinação contra a paralisia infantil e o sarampo se aproxima do fim com cobertura baixa no Paraná
Foto: Valdecir Galor/SMCS (arquivo)
A quatro dias do fim da campanha nacional de vacinação contra o sarampo e a poliomielite, o Paraná ainda está longe de alcançar a meta da Organização Mundial da Saúde de 95% do público-alvo. O que parece é que as pessoas não estão muito preocupadas com a hipótese de enfrentar qualquer uma das doenças dentro de casa, e por isso descuidam da saúde dos filhos.
O resultado é um ambiente no muito vulnerável no Brasil, que já tem novos casos de sarampo especialmente na região norte, e que pode, em breve, ter de encarar a volta de outro vilão: a pólio. Quem já teve a doença sofre até hoje e torce para que as crianças sejam imunizadas. É o caso do Marcos Renato Figueroa, que integra a diretoria da Associação do Grupo de Apoio da Síndrome do Pós-Pólio do Paraná e conversou com a BandNews.
Ao todo, 581.309 entre 12 meses de vida e cinco anos incompletos precisam ser imunizadas contra as duas doenças no Paraná. Mas, até agora, a Sesa, Secretaria de Estado da Saúde, contabiliza a distribuição de aproximadamente 423,5 mil doses contra a pólio, ou seja, 72,8% do total, e de pouco menos de 421,2 doses contra o sarampo, o que representa 72,4%.
De acordo com o órgão estadual, a 1ª Regional de Saúde – que engloba sete municípios do litoral – é a que tem o pior cenário, sendo Morretes e Paranaguá os que mais preocupam. Mas a 2ª Regional, formada pela capital mais as 28 cidades da região metropolitana, também é sinônimo de alerta. É o que explica João Luís Crivellaro, diretor do Centro Estadual de Epidemiologia.
A diferença na cobertura vacinal das doenças tem motivo: é que apesar da recomendação de que até mesmo as crianças já protegidas recebam novas doses, há regras diferentes para uma e outra imunização. Crivellaro fala ainda das regionais de saúde com bons índices de distribuição.
Entre os países que têm alta circulação do vírus do sarampo aparecem a Venezuela, que faz fronteira com o Brasil, além de Alemanha, Inglaterra e Portugal, por exemplo, que ficam na Europa. O Paraná, no entanto, teve o último caso de sarampo no ano 2000.
Por também ter origem viral, a poliomielite é transmitida da mesma forma e entra na corrente sanguínea. Na sequência, o poliovírus alcança e ataca o sistema nervoso via medula espinhal e tronco cerebral e, em casos mais graves, pode até matar.
Para que uma criança seja imunizada, basta que o responsável apresente um documento de identificação dela. Também é recomendado que a pessoa leve junto a carteira de vacinação do paciente.
Em Curitiba, mais de 46 mil doses da vacina tríplice viral (que protege do sarampo, da caxumba e da rubéola) já foram aplicadas, o que representa 52,6% do público-alvo. Já a imunização contra a pólio tem cerca de 50 mil aplicações, ou seja, 56,9% da meta.
Para ampliar o acesso às unidades básicas de saúde da cidade nessa reta final da campanha, a Prefeitura determinou uma mudança no horário de atendimento de quase todas as salas de vacina. Até a próxima sexta (31), quando a iniciativa termina em todo o país, esses espaços funcionam até as 19 horas, com exceção das unidades Caximba, Dom Bosco, Moradias da Ordem, Pompéia, Palmeiras e Santa Rita.
O Brasil tem mais de 11 milhões de meninos e meninas dentro da faixa-etária que é alvo da campanha. Mas, ao menos por enquanto, segundo o Ministério da Saúde, nenhum estado brasileiro atingiu a meta da OMS.