O Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara, em Brasília, aprovou por 10 votos contra 1 a suspensão do mandato do deputado Boca Aberta, do Pros do Paraná, por seis meses. O colegiado se reuniu nesta terça-feira (10). O deputado respondia a duas representações do Partido Progressista. Uma por ter invadido uma Unidade de Pronto Atendimento em Jataizinho, na região de Londrina, no norte do Paraná, em março, e outra por agressão contra o deputado Hiran Gonçalves, do PP de Roraima.

No caso da invasão à UPA, Boca Aberta chegou à unidade durante a madrugada e encontrou um médico dormindo durante o plantão. Conforme a representação do Partido Progressista, o deputado iniciou um tumulto e constrangeu servidores e outros profissionais de saúde que estavam no local.

O relator do processo, Alexandre Leite, do DEM de São Paulo, avaliou que a reação do deputado foi desproporcional.

A representação destaca que Boca Aberta gravou imagens e ainda fez a exposição indevida dos funcionários públicos nas redes sociais. O deputado Hiran Gonçalves é presidente da Frente Parlamentar da Medicina. Ele foi um dos integrantes da Câmara que chamaram a atenção para a conduta de Boca Aberta na UPA de Jataizinho.

A representação que chegou ao Conselho de Ética cita agressões contra o deputado.

Durante a sessão desta terça-feira (10), o deputado Boca Aberta reconheceu o excesso em relação ao colega. O relatório inicial propunha a perda de mandato. No entanto, o relator acolheu a manifestação de outros deputados, que sugeriram a suspensão por seis meses.

O deputado vai recorrer da decisão do Conselho de Ética na Comissão de Constituição e Justiça da Câmara. No entanto, independente da manifestação da CCJ, o parecer que recomenda a suspensão do deputado vai ser analisado pelo Plenário. É o conjunto de deputados que decide se confirma ou não o relatório do Conselho de Ética.

Reportagem: Cleverson Bravo