A capital lidera a classificação de cidades do Paraná que mais registram acidentes de trabalho. Segundo o Observatório de Segurança e Saúde no Trabalho, mais de nove mil ocorrências foram notificadas por Curitiba, representando 20% do total do estado, que é 44 mil.

Na sequência, aparecem Cascavel, com 2.886 ocorrências, e Londrina, com 2.532 notificações. O levantamento contabiliza registros envolvendo pessoas com carteira assinada. Porém, o número pode ser maior, já que o órgão aponta para uma taxa de subnotificação de 14%.

No cenário nacional, o Paraná é o quinto estado em número de notificações de acidentes de trabalho. Nos últimos 10 anos, cerca de 15% dos acidentes de trabalho foram causados por operações de máquinas e equipamentos. Clodoaldo Godinho faz parte desta estatística.

Ele sonhava em ser jogador de vôlei, mas teve a vida modificada após perder as duas mãos. O técnico em segurança do trabalho detalha que ficou cerca de 40 minutos preso à máquina.

Segundo a OMT (Organização Mundial do Trabalho), meio bilhão de dias de trabalho foram perdidos com as ocorrências no setor formal desde 2012. Técnicos de enfermagem, alimentadores de linha de produção, faxineiros, motoristas de caminhão e serventes de obra são as ocupações com Comunicação de Acidentes de Trabalho (CAT) mais frequentes.

A advogada Ana Paula Pavelski explica que para ser enquadrada como uma ocorrência deste tipo, é preciso que o trabalhador se lesione durante as atividades ou em decorrência delas.

Neste mês, o Ministério Público do Trabalho (MPT) lançou um documentário para sensibilizar a população sobre medidas de segurança no dia a dia. O procurador-chefe do MPT-PR, Alberto Emiliano de Oliveira Neto, detalha a atuação da instituição na prevenção de ocorrências.

Entre as orientações para evitar acidentes no trabalho está a utilização de EPI (Equipamentos de Proteção Individual) e execução de atividades de risco com habilitação.

Reportagem: Mirian Villa