Curitibana realiza cirurgia de 12 horas para retirada de tumor de mais de 30 kg
Depois de conseguir arrecadar fundos por meio de uma vaquinha online, curitibana realiza cirurgia de 12 horas para retirada de tumor de mais de 30 quilos. O valor do procedimento, feito por um médico americano, foi de R$ 200 mil. Aos 31 anos, o começo de uma nova vida para Karina Rodini é uma realidade. Ela tem uma doença rara, sem cura e que causa tumores enormes. Os dela, já chegaram a até 40 quilos na parte da coxa. Os primeiros sinais da neurofibromatose tipo 1 (NF1) surgem na infância, de forma discreta, com pequenas manchas “café com leite” espalhadas pelo corpo, que podem evoluir para tumores gigantes, geralmente benignos.
De acordo com o Neurofibromatosis Center, no Brasil, existem em torno de 80 mil pacientes diagnosticados com neurofibromatose tipo 1. A Karina recebeu o diagnóstico da doença quando tinha cerca de 2 anos de idade. Na adolescência, com 14 anos o tumor aumentou, passou de mancha para uma bola elevada na pele. Com o agravamento, Karina fez então a 1ª das mais de 10 cirurgias realizadas para a retirada de tumores na parte superior das duas pernas. No dia 16 de novembro deste ano, aconteceu a intervenção mais esperada, a remoção de aproximadamente 35 quilos de tumor. O procedimento foi feito no Hospital Marcelinho Champagnat, em Curitiba.
O médico que operou ela é um especialista em neurofibromatose, Dr. McKay McKinnon, de Chicago, nos Estados Unidos. Ele fechou momentaneamente a clínica que tem para vir até o Brasil fazer a operação. Karina conta que só foi possível pagar os R$ 200 mil da cirurgia, porque recebeu o apoio de muita gente por meio da vaquinha online.
O procedimento contou com uma equipe composta por cirurgião plástico, geneticista, dermatologista, cardiologista, ortopedista e oftalmologista. Segundo a curitibana, na cirurgia foram retirados cerca de 30 quilos do tumor. Ela perdeu 42 quilos desde então. Depois da recuperação, Karina revela que quer comprar roupas novas e viajar para visitar familiares, como a avó que mora em Foz do Iguaçu, no oeste do Paraná.
Agora, o que fica de sentimento é a esperança de novos momentos, a alegria pela realização de um sonho e a gratidão por toda ajuda recebida.
No futuro, a moradora da capital paranaense também planeja voltar a trabalhar. Por conta do agravamento da doença, Karina saiu do emprego que tinha de auxiliar administrativa em um centro universitário, assim como a mãe, dona Fátima, que também saiu do trabalho para cuidar da filha. Por enquanto, ainda não é possível, mas Karina acredita que a busca pela reinserção no mercado de trabalho começa assim que ela estiver 100% recuperada.
O que não muda na vida dela é a relação com as redes sociais. Atualmente, ela tem 50 mil seguidores no Instagram, onde encontra o apoio de várias pessoas e também histórias como a dela. Ela usa a plataforma para combater o preconceito e conscientizar as pessoas sobre a doença.
Reportagem: Fernanda Scholze