Defesa de Lula rebate AJUFE e afirma que MPF tem dificuldade de sustentar acusações
Os advogados do ex-presidente Lula criticam o posicionamento da Associação dos Juízes Federais do Brasil (AJUFE), que saiu em defesa do juiz Sérgio Moro após a discussão entre as partes durante audiências com testemunhas de acusação. A associação emitiu uma nota, ontem (terça, 13), afirmando que os defensores de Luiz Inácio Lula da Silva não têm argumentos para desconstituir as provas juntadas nos autos pelo Ministério Público Federal (MPF). Os advogados do petista argumentam que não cabe à AJUFE “opinar sobre fatos processuais ou fazer a defesa de interesses corporativos”.
O presidente da associação, Roberto Veloso, considera a postura dos defensores do ex-presidente como “ataques”. Veloso, ainda durante a nota, chega a afirmar que “o que aconteceu na audiência de Curitiba faz parte da estratégia deliberada da defesa de retirar o juiz federal Sérgio Moro da condução do processo da Lava Jato”. Durante os últimos depoimentos com testemunhas desse processo, na última segunda-feira (12), o advogado Juarez Cirino dos Santos protagonizou um bate-boca com o juiz, após discordar da insistência das perguntas formuladas pelo Ministério Público Federal.
Também por meio de nota, os advogados Cristiano Zanin Martins, Valeska Teixeira Martins e Roberto Teixeira rebatem a AJUFE ao dizer que não pretende afastar Moro de todos os processos. A defesa diz que “exerce um direito, não aceitando que um juiz parcial promova o julgamento da causa”.
Para embasar os pedidos de suspeição do juiz, os advogados listam cinco episódios em que acreditam que Moro demonstra parcialidade. Entre eles a ordem de condução coercitiva de Lula – determinada sem que o petista fosse intimado a depor espontaneamente; interceptações telefônicas do investigado e de advogados; além da presença de Moro em eventos com a presença de adversários políticos do ex-presidente.
Essa é a terceira vez que a AJUFE se posiciona de forma contrária aos advogados que atuam na defesa do petista. A defesa diz que as opiniões da Associação dos Juízes Federais “não tem base factual, mas, sim, em um viés ideológico”. Os advogados ainda argumentam que – caso a AJUFE fizesse uma análise factual, “teria constatado que até o momento foram ouvidas 23 testemunhas selecionadas pelo Ministério Público Federal e nenhuma delas confirmou a tese de acusação”.