A nova fase da Operação Lava Jato, deflagrada na madrugada desta segunda-feira (04), investiga fraudes em licitações da Petrobras, pagamento de propinas a funcionários da estatal e repasse indevido de dinheiro para partidos políticos. Entre as obras fraudadas está o projeto de reforma do Centro de Pesquisas da Petrobras (CENPES), localizado na Ilha do Fundão, na cidade do Rio de Janeiro.

O ex-tesoureiro do PT, Paulo Adalberto Alves Ferreira, é o principal alvo desta fase. Ele já havia sido preso no último dia 23, quando foi deflagrada a operação Custo Brasil. Paulo Ferreira é o terceiro ex-tesoureiro do Partido dos Trabalhadores envolvido na Lava Jato. João Vaccari Neto já foi condenado duas vezes em ações penais relacionadas à operação e Delúbio Soares de Castro – condenado no Mensalão – é réu na Lava Jato.

A 31ª fase da Lava Jato cumpre 35 ordens judiciais, sendo 4 de prisão temporária, 1 de prisão preventiva, 7 conduções coercitivas (quando a pessoa é levada para prestar depoimento, e depois é liberada) e 23 mandados de busca e apreensão. Cerca de 110 Policiais Federais e 20 agentes da Receita Federal cumprem os mandados judiciais nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Distrito Federal.

A nova fase recebe o nome de “Abismo”, uma referência às tecnologias para exploração de gás e petróleo em águas profundas desenvolvidas no CENPES. Segundo a PF, o nome também demonstra que os esquemas como os que são investigados na Operação Lava Jato levaram a Petrobras ao “Abismo” da corrupção e mau uso do dinheiro público.

Quatro dos cinco presos são trazidos para Curitiba ainda nesta segunda-feira (04). A exceção é o ex-tesoureiro do PT, que já está detido em São Paulo. Às 10h uma coletiva de imprensa está marcada para apresentar os detalhes da operação, com a presença de agentes da Polícia, Receita e Ministério Público Federal.