A Justiça Federal do Paraná mandou soltar a publicitária Monica Moura, que estava presa desde o mês de fevereiro – quando foi desencadeada a 23ª fase da operação Lava Jato. Ela deve pagar uma fiança de R$ 28,75 milhões, que já estão bloqueados. Monica Moura não vai precisar usar tornozeleira eletrônica, mas além da fiança também deve cumprir outras medidas cautelares – como entregar o passaporte, comparecer a todos os atos do processo e está proibida de manter contato com outros investigados da operação Lava Jato.

A revogação da prisão preventiva acontece depois dela negar atos de corrupção. Em depoimentos à Justiça Federal, Monica Moura e o marido dela, João Santana, admitiram ter recebido 4,5 milhões de dólares de forma irregular, mas argumentaram que não sabiam a origem do dinheiro. Outros investigados dessa ação penal, como o operador Swi Skornicki, confirmam essa versão. De acordo com o advogado da publicitária, Fábio Tofic, não havia mais motivos para manter a investigada presa.

A revogação da prisão preventiva deve ser estendida para João Santana. No despacho que concede o benefício para Monica Moura, o juiz federal Sérgio Moro explica que Santana também pode deixar a cadeia. Caso aceite, deve abrir mão dos recursos apresentados pela defesa e pagar uma fiança de aproximadamente R$ 2,75 milhões. O advogado comenta que o marqueteiro do PT pode ser solto nos próximos dias.

Ao todo, o processo tem seis réus que respondem pelos crimes de corrupção, organização criminosa e lavagem de dinheiro. De acordo com as investigações, o casal João Santana e Monica Moura recebeu sete milhões e meio de dólares em contas secretas no exterior. Deste valor, três milhões foram depositados por empresas supostamente controladas pelo Grupo Odebrecht. Os outros 4,5 milhões de dólares foram depositados por empresas do engenheiro Zwi Skornicki , que responde como réu no mesmo processo.