Mais golfinhos podem aparecer após conclusão da Ponte de Guaratuba
Outras medidas devem ser adotadas para melhorar a vida marinha na região
Mais golfinhos podem aparecer no litoral do Paraná após a conclusão da Ponte de Guaratuba. Atualmente o ecossistema da região é prejudicado pelo tráfego intenso de ferry boats e balsas. A obra da ponte é administrada pelo Departamento de Estradas de Rodagem do Paraná.
Um dos estudos realizados registrou um ruído subaquático equivalente a 241 decibeis, um dos maiores documentados tanto no Paraná quanto em relação a áreas de monitoramento de cetáceos, que são animais mamíferos exclusivamente aquáticos representados pelas baleias, botos e golfinhos.
De acordo com a bióloga-pesquisadora da UFPR, especialista em ecologia de cetáceos, Stephane Polyane de Moura, o ruído e a movimentação das balsas prejudicam os animais marinhos de diversas formas.
Durante o monitoramento de fauna na baía de Guaratuba, realizado antes do início das obras, foi avistado uma única dupla de botos-cinza, a sete quilômetros da região da ponte. Com a redução do movimento aquático, a expectativa é de que os animais voltem.
Mas, a bióloga pesquisadora alerta que essa não é única medida que precisa ser adotada para melhorar a vida marinha no local.
No litoral paranaense as espécies mais comuns de cetáceos são o boto-cinza (Sotalia guianensis), a toninha (Pontoporia blainvillei) e o boto-caldeirão (Tursiops truncatus). A obra da Ponte de Guaratuba terá prazo de 24 meses para a execução após emissão da Licença de Instalação, atualmente em análise no Instituto Água e Terra (IAT).
A estrutura vai ter quatro faixas de tráfego, duas faixas de segurança, barreiras rígidas em concreto, calçadas com ciclovia e guarda-corpo nas extremidades.
Reportagem: Francine Lopes