Trabalho infantil atinge mais meninos negros, diz pesquisa
Em seis anos, números tiveram queda de 0,1%
O Paraná tem mais de 190 mil crianças sujeitas ao trabalho forçado. É isso que aponta uma pesquisa do Fórum Nacional de Prevenção e Erradicação do Trabalho Infantil, feita com base em dados do IBGE. O estudo mostra que, em 2016, 109 mil 829 crianças estavam sujeitas ao trabalho forçado no estado, equivalente a 5,2% da população. Já em 2022, o número foi de 109 mil 190, equivalente a 5,3%. Em seis anos, o Estado não avançou no combate a esse tipo de crime.
A secretária-executiva do Fórum, Katerina Volcov, destaca as consequências da situação.
Ainda de acordo com o estudo, os meninos negros, de cinco a nove anos de idade, são os mais afetados. Na região sul, a agricultura é a principal atividade, com 30% dos casos. Na sequência aparecem o comércio, com 24%, e a indústria, com 19%. Com protagonismo menor, outras atividades são nos setores de serviços, administração pública e trabalhos domésticos.
Em todo o Brasil, o número teve redução de 0,3% no período. Em 2016, eram 2 milhões 111 mil 774 crianças em situação de trabalho, equivalente a 5,2%. Já em 2022, o número foi de 1 milhão 881 mil 049, o que representa 4,9%. Proporcionalmente, Rondônia é o estado a situação mais crítica, com 9,5% da população infantil afetada. Na sequência estão o Acre e o Piauí, ambos com 8,9%. Já o Rio de Janeiro tem os menores números, com 1,4%.
Reportagem: Larissa Biscaia