Pesquisadores da UFPR descreveram um novo método para aumentar a eficácia dos testes sorológicos que identificam casos da covid-19. Em vez de identificar os dois tipos de anticorpos comuns nos testes-padrão, o IgG e o IgM, a técnica incluiu uma terceira defesa do corpo humano. O teste proposto pelos cientistas inclui a detecção do IgA, que é o principal tipo de anticorpo presente nos tecidos mucosos, como nariz, boca e intestino.

Segundo a descrição dos pesquisadores do Programa de Pós-Graduação em Ciências Farmacêuticas e do Departamento de Análises Clínicas da UFPR, o IgA é importante nas situações em que o vírus tenta “colonizar” o corpo ao ser inalado ou ingerido. A nova abordagem de exame para coronavírus, que faz a detecção simultânea dos três tipos de anticorpos, demoraria apenas seis horas para ser processado.

A técnica nova também utiliza outra proteína como reagente. Em vez da proteína Spike, que está presente no envelope externo do Sars-CoV-2, é sugerida a proteína do nucleocapsídeo (núcelo-cáp-cídeo), que fica no interior da célula. O estudo tem apoio do CAPES e foi publicado recentemente em um servidor internacional de pesquisas.

Nos testes feitos durante o estudo, a sensibilidade do exame com três anticorpos ficou entre 61% e 98%. A taxa de especificidade variou entre 90% e 100%. Não há previsão de aplicação do modelo.

Reportagem: Angelo Sfair