Potencial de construção de pequenas hidrelétricas do Paraná está entre os maiores do país
O Paraná é o terceiro estado com maior potencial de construção de novas Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCHs) no Brasil. É o que aponta um levantamento de mercado feito pela Associação Brasileira de PCHs e CGHs – ABRAPCH.
De acordo com a instituição, o estado tem potencial para receber 119 novas Centrais Geradoras (CGHs) e 114 Pequenas Centrais (PCHs). O presidente da Associação, Paulo Arbex, destaca que os índices representam quatro vezes mais a capacidade de produção que está em operação atualmente.
Se construídas, essas usinas poderiam gerar entre 110 e 140 mil novos empregos. Os entraves para ampliar a abrangência das PCHs e CGHs vão desde questões ambientais às financeiras. No Paraná, o Instituto Água e Terra (IAT) acompanha o processo de licenciamento das hidrelétricas.
A intenção da associação é dar apoio aos pequenos produtores de energia, para que as documentações de uma PCH com um metro, por exemplo, não tenham o mesmo nível de exigências de uma grande central. Outro ponto é tributário.
Por outro lado, o Paraná tem se mostrado aberto à instalação de usinas hidrelétricas. Entre as iniciativas está o edital para a contratação de energia proveniente de autogeradores. Inédito no Brasil, ele já foi autorizado pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). A intenção é que a Copel contrate até 50 MW (megawatt) médios de energia nessa modalidade, equivalente a 438 mil MWh/ano ou 1,9% da carga anual.
Mais do que gerar energia, o setor quer promover mudanças culturais e contribuir com as áreas em que as PCHs e CGHs são implantadas.
Em 2020, mesmo em meio a pandemia, o Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE) contratou R$ 182 milhões em projetos de energia renovável, abrangendo Centrais Geradoras Hidrelétricas (CGH), Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCH), eólicas e fotovoltaicas, além de eficiência energética. Nos três Estados da Região Sul, onde o BRDE atua, foram contratados em 2020 R$ 241 milhões para investimentos nesta área.
Nos cinco anos anteriores, de 2015 a 2019, o volume de financiamento somou R$ 1,37 bilhão em projetos de energias renováveis e eficiência energética, em um total de 650 contratos. Atualmente, apenas no Paraná, há 18 projetos em fase de contratação, somando mais de R$ 40 milhões, e 14 projetos em análise, que somam R$ 261 milhões.
Reportagem: Ana Flavia Silva