A Prefeitura de Curitiba pediu autorização nesta semana à Câmara Municipal para contrair três empréstimos, que somam pouco mais de R$ 580 milhões. O dinheiro deve ser destinado a obras de transporte público, requalificação urbana e habitação.

O principal projeto é a melhoria da linha Inter 2, que é a que mais transporta passageiros em Curitiba, à exceção dos biarticulados. São 91 mil pessoas por dia, que pegam a linha para circular entre 28 bairros de Curitiba, sem passar pelo centro. Pela proposta enviada à Câmara, a prefeitura deve destinar R$ 405 milhões para a linha Inter 2, que vão financiar a criação de corredores exclusivos para o trajeto e a melhoria e ampliação das estações-tubo. O objetivo é melhorar a velocidade média dos ônibus, que atualmente circulam a 22 km/h. Quando a linha foi criada, em 1992, essa velocidade era de 32 km/h.

Com as obras, o objetivo, segundo a prefeitura, é criar o primeiro BRT em anel do mundo: um ônibus que circula em faixas exclusivas e num trajeto circular, e não em eixos, como acontece hoje. O dinheiro destinado à linha virá do Banco Interamericano de Desenvolvimento. Também estão previstas, entre os projetos enviados nesta semana à Câmara, obras em terminais e pavimentação de ruas no eixo de transporte que vai do Jardim Botânico à Cidade Industrial, ao custo de R$ 15 milhões, financiados pela Caixa.

O outro grande projeto é uma requalificação urbana do bairro Caximba, com dinheiro da Agência Francesa de Desenvolvimento. A proposta envolve um investimento de R$ 160 milhões, que irá realocar cerca de 1.100 famílias na Vila 29 de Outubro, às margens do rio Barigui. Essas pessoas vivem em uma área de ocupação, num terreno com risco de alagamentos e também destinado à preservação ambiental. A prefeitura quer requalificar a área e construir moradias em outro terreno para essas famílias.

Os três projetos de financiamento foram protocolados pela prefeitura na Câmara nesta segunda-feira (15). As operações já foram aprovadas pelos organismos nacionais e internacionais, mas a concessão depende da aprovação do Legislativo. Os projetos tramitam com pedidos de regime de urgência. Mas eles só devem ser apreciados pelos vereadores na volta do recesso, em agosto.

Reportagem: Estelita Carazzai