Empresários, construtores, corretores de imóveis e representantes de setores envolvidos na cadeia produtiva da construção civil promoveram um ato nesta quinta-feira (19) em Fazenda Rio Grande, na Região Metropolitana de Curitiba. A mobilização é parte de um protesto nacional contra cortes de recursos no Programa Minha Casa Minha Vida, do governo federal. O ato simultâneo é organizado pela Federação Nacional dos Pequenos Construtores.

Nos últimos meses, a Caixa anunciou restrições ao crédito, como a redução do limite financiado para imóveis de até 70% para 50%. Representante da Organização dos Construtores e Investidores de Fazenda Rio Grande, o construtor Marcos Miranda afirma o limite de recursos imposto no meio do ano impede o desenvolvimento do setor. Segundo ele, as medidas comprometem as atividades de milhares de pessoas.

O ato ocorreu em diversas cidades e na maioria das capitais do País. De acordo com o organizador da manifestação na Grande Curitiba, toda a cadeia produtiva está preocupada com a situação e cobra medidas para que o setor não seja desfigurado.

De acordo com levantamento do jornal Folha de São Paulo, o Banco Central registrou 248 queixas sobre a Caixa no primeiro semestre do ano relativas a demora na liberação do financiamento. O número representa uma alta de 9% em relação aos seis meses anteriores e de 2,5% sobre o mesmo período de 2016. No segundo semestre, de acordo com a Federação dos Pequenos Construtores, o número de queixas deve aumentar ainda mais.

Por meio de nota, a Caixa Econômica Federal afirma que a contratação do crédito imobiliário neste ano está cerca de 20% superior em relação ao mesmo período do ano passado. Sobre a mudança na liberação de crédito aprovado para apenas uma vez por mês, a Caixa Econômica Federal afirma que adotou a estratégia de execução mensal do orçamento para todas as linhas de crédito imobiliário com objetivo de cumprir o orçamento anual disponível até dezembro. Quanto às modalidades de créditos que possuem orçamento segregado por Estado, a Caixa afirma que em alguns estados o orçamento esgotou, mas poderá ser retomado no mês de novembro.

Repórter: Narley Resende