Sobrenome tem peso determinante na eleição do Senado, no Paraná
Estudo aponta que 87% dos senadores eleitos no estado tem vínculo antigo com a política
Um estudo da Universidade de Brasília aponta que 87% dos senadores eleitos pelo Paraná, desde a redemocratização, tem vínculo antigo com a política ou pertencem a famílias tradicionais do estado. Dos 15 parlamentares eleitos no período, 13 aproveitaram da chamada herança política, concedida por um sobrenome conhecido da população.
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Para o cientista político Másimo Della Justina, a cultura do sobrenome dificulta uma renovação de ideias na câmara alta.
O percentual de influência familiar na eleição para o Senado no Paraná está entre os mais altas do Brasil. O estado fica atrás apenas da Paraíba e do Piauí, onde 100% dos senadores eleitos têm vínculo antigo com a política.
Na outra ponta da tabela está o Rio Grande do Sul, onde apenas 4 dos 15 senadores eleitos têm relação histórica de herança político-familiar. A manutenção de índices baixos de renovação a cada eleição contribui para um défice de representação de segmentos sociais importantes, segundo o especialista.
Outro ponto revelado no estudo é a baixa representação feminina na bancada do Paraná. Desde 1986, apenas uma mulher foi eleita para o Senado, no estado.
O indicador está entre os mais baixos do país, atrás apenas do Piauí, que nunca elegeu uma mulher para a câmara alta. O estudo foi realizado pelo pesquisador, doutorando e cientista político Robson Carvalho.
Reportagem: David Musso