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Tragédia: espetáculo mistura política e mortes em jogo de sinuca

Pela primeira vez na Mostra Lucia Camargo, Quatroloscinco se apresenta no Teatro SESC da Esquina

 Tragédia: espetáculo mistura política e mortes em jogo de sinuca

Foto: Marcos Coletta

Quem nunca foi até um bar com os amigos, para se divertir, jogar conversa fora e acabou em uma super discussão política. O espetáculo mineiro, “Tragédia” é exatamente assim. Com dois dias de apresentações, segunda-feira (3) e terça-feira (4), a peça é apresentada no Teatro SESC da Esquina e faz parte da Mostra Lucia Camargo.

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O silêncio da plateia é tomado pela belíssima voz que ninguém vê, apenas escuta. Atenção, pois o espetáculo começou. Uma briga em línguas estrangeiras, caixotes que cobrem o palco dão espaço para o dono por trás da canção misteriosa. 

“Quem não quer ter um carrão”? A risada toma o público. Um novo questionamento. “E a consciência tranquila”? Uma gargalhada mais tímida surge na plateia. O espetáculo em seus 75 minutos mescla piadas e críticas, sinônimos e metáforas.

Tudo parece simples, três amigos e um jogo de sinuca que se torna o da vida, com regras e formas de se ganhar ou perder. O espetáculo se desenrola nas conversas banais e histórias que envolvem deuses e serpentes. Falando de política, poder do voto, intolerância e respeito, os três homens em cena repetem a mesma cena em três idiomas, criando um ambiente de reflexão.

“Fake News, recebeu no zap”? As conversas seguem. “Cultura apenas na Europa? E os povos originários”? O eurocentrismo é um dos debates mais acalorados do espetáculo, que surgem entre os três protagonistas em cena. As diferentes formas de pensar dominam o papo que parece despretensioso. O enredo vai se estreitando até chegar nos dois irmãos que se matam, momento importante da peça.

Antígona, personagem principal da Tragédia grega de Sófocles, fala sobre poder, incestos, mortes e tristezas que cercaram uma família. A atriz que dá vida ao personagem, Rejane Faria, durante grande parte do espetáculo aparece através das gravações, apenas após uma briga que resulta em tragédia no bar, ela surge no palco principal fazendo com que todos a vejam e a observem.

Com discussões políticas, o grupo Quatroloscinco apresenta e também grava os personagens em uma imagem que aparece no telão. A apresentação conseguiu traduzir em cena, retratos da realidade, misturando o clássico grego e um Brasil com tantas dualidades e problemáticas. 

Por Maria Pohler, estudante de jornalismo da Universidade Positivo, em parceria com a BandNews FM Curitiba

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Frederico Machado

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