Transporte coletivo perde 73 mil passageiros por dia em Curitiba
Em média, o transporte coletivo perde 73 mil passageiros por dia em Curitiba. De acordo com um levantamento do Sindicato das Empresas de Transporte, o Setransp, houve uma queda de 13% entre os meses de março e julho deste ano, em relação ao mesmo período do ano passado. Como teve greve de oito dias no inicio deste ano, a redução, descontada a paralisação, chega a 9%.
As Empresas de Ônibus de Curitiba e Região Metropolitana atribuem essa queda, em primeiro lugar, à crise econômica. Depois, os principais motivos são o aumento no valor da passagem para R$4,25 anunciado no começo de 2017 e a oferta de transportes de aplicativos com valores mais acessíveis, como Uber e o Cabify.
A pesquisa não leva em conta os descontos e nem as isenções de tarifa, com as passagens de idosos. Segundo o Setransp, a redução no número de usuários do transporte coletivo vem caindo há pelo menos seis anos. Em 2011, por exemplo, eram quase 247 milhões de passageiros, 20% a mais que 2016, quando a cidade teve 197 milhões de pagantes.
O setor entende que a tarifa não pode ser a única fonte de financiamento do sistema. Por isso, as empresas de ônibus urbano no Brasil apoiam a ideia da Frente Nacional de Prefeitos (FNP) de criar a Cide Municipal. A proposta é que o transporte individual financie o transporte público. Seria uma contribuição sobre o preço da gasolina, etanol e gás natural veicular, pagos pelos donos de veículos particulares, em que recursos iriam para um fundo com destinação exclusiva para custeio do transporte coletivo.
De acordo com a Associação Nacional das Empresas de Transportes Urbanos (NTU), um aumento de R$ 0,10 no preço do litro da gasolina poderia reduzir em até 30% o custo do transporte.