Dos três senadores eleitos pelo Paraná, dois foram contrários ao processo de impeachment e apenas um favorável. Roberto Requião (PMDB) e Gleisi Hoffmann (PT) discursaram a favor do governo Dilma. Álvaro Dias (PV) defendeu a tese de que houve, sim, crime de responsabilidade – o que embasa o impedimento de qualquer presidente. A oposição alega que Dilma cometeu ‘pedaladas fiscais’ e também editou irregularmente decretos de suplementação orçamentária.

Em um discurso de quase dezessete minutos, Roberto Requião (PMDB), correligionário de Michel Temer, afirmou que o instituto do impeachment está sendo utilizado como uma espécie de “referendo revogatório ou recall parlamentar”, instrumentos que não existem na legislação brasileira. De acordo com o ex-governador do Paraná, Dilma Rousseff nunca praticou crime de responsabilidade.

Gleisi Hoffmann (PT) condenou o processo de impeachment. Na avaliação da petista, Dilma Rousseff foi uma das mulheres que mais ousou ao dar autonomia de investigação e de funcionamento à Polícia Federal, ao Ministério Público e ao Poder Judiciário.

Vale lembrar que Gleisi é a única representante do PR no Senado que é investigada na Operação Lava Jato. Nesta semana, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, ofereceu denúncia ao Supremo Tribunal Federal (STF) pedindo que a senadora, o marido e ex-ministro Paulo Bernardo, além de um empresário ligado ao casal, devolvam R$ 2 milhões aos cofres públicos. O único voto paranaense favorável ao impeachment, no Senado, foi de Álvaro Dias (PV). Ele, que também já governou o Paraná, classificou de “desastre administrativo” o governo federal dos últimos anos.

A sessão do Senado, que começou nesta quarta-feira (11) às 10h, durou mais de 20 horas. A aprovação da abertura de processo de impeachment de Dilma Rousseff aconteceu às 6h34 desta quinta (12). Foram 55 votos a favor e 22 contra. Com a decisão, ela fica afastada do mandato por até 180 dias, até o julgamento final pelo Senado.