“A política não mudou, mas vai mudar”, diz ministro Barroso em evento sobre corrupção em Curitiba
O ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal, disse hoje (21) em Curitiba, em um evento sobre corrupção, que “a política não mudou, mas vai mudar”. Segundo ele, a sociedade, a iniciativa privada e o Judiciário já passam por essas mudanças.
Barroso participa junto com o procurador Deltan Dallagnol, da Força Tarefa Lava Jato, da terceira edição do Fórum Transparência e Competitividade, promovida pela Federação das Indústrias do Paraná, a Fiep. Barroso não quis gravar entrevista, mas falou rapidamente com a imprensa, longe dos microfones.
Para o ministro, a iniciativa privada está mudando profundamente, mas ainda é preciso avançar, não só nas questões relacionadas à corrupção, mas na igualdade entre homens e mulheres, no combate ao assédio, entre outras pendências nas empresas.
O evento da Fiep debate a importância do combate à corrupção para melhoria do ambiente de negócios do país e o papel das empresas nessa obrigação. Entre os palestrantes também está o filósofo e escritor Luiz Felipe Pondé. Ele afirmou que as mídias sociais ajudaram a transformar casos de corrupção em escândalos e que a crise é um bom momento para mudanças.
Filiado ao PRB, o presidente do Sistema Fiep, Edson Campagnolo, que é cotado a participar das eleições como vice na chapa do pré-candidato ao governo do Paraná Ratinho Júnior, do PSD, afirma que todas as três edições do evento sobre corrupção coincidiram com o ano eleitoral.
O procurador Deltan Dallagnol não quis falar com a imprensa. Ele seria questionado sobre o anuncio da semana passada quanto ao lançamento em junho de uma nova campanha contra a corrupção. O novo pacote, semelhante à campanha das 10 medidas, terá mais de 70 propostas em 12 frentes.
No evento em Curitiba, Dallagnol solicitou que a plateia, formada por empresários, apoiassem a nova campanha. O projeto trata também de reforma política, chamada “democracia partidária”, para que não exista, segundo o procurador, apenas o “cacique que decida quem vai concorrer e quanto vai de dinheiro para cada campanha”.
Ainda sem dar detalhes, o procurador afirma que o novo pacote de medidas também vai propor alteração nas nomeações dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e dos Tribunais de Contas.
Atualmente, os ministros são escolhidos pelo presidente da República e as indicações apreciadas pelo Senado.