A sessão da Câmara de Curitiba foi retomada depois que as galerias da Casa foram invadidas por cerca de 150 servidores hoje (quarta) de manhã, um dia após os vereadores aprovarem, em segundo turno, quatro medidas do pacote de ajuste fiscal enviado pelo prefeito Rafael Greca (PMN). Na pauta de hoje (quarta), estavam as votações em segundo turno da nova meta fiscal e da proposta da Lei de Diretrizes Orçamentárias 2018.

Caso as galerias não fossem desocupadas, ou se houvesse risco de nova ocupação, o presidente da Câmara teria que convocar uma sessão extraordinária e, com isso, adiar o recesso parlamentar que começa amanhã (quinta). Com uma chuva de notas falsas, os servidores ocuparam as galerias da Casa e passaram a hostilizar os vereadores que votaram a favor das propostas, que atingem principalmente o funcionalismo e mexem com a previdência dos trabalhadores.

De acordo com o primeiro secretário da Mesa Diretora da Câmara, vereador Bruno Pessuti, do PSD, a ação dos manifestantes nas galerias do prédio histórico provocou danos à estrutura do Palácio Rio Branco.

Um laudo, emitido pelo Corpo de Bombeiros, restringe a 28 o número de pessoas nas galerias – determinação que foi desrespeitada, quando pelo menos 150 pessoas passaram a bater os pés no chão, o que pode ter provocado o deslocamento do piso. O tenente Marcelo Hortig, do Corpo de Bombeiros, participou da vistoria no prédio e afirma que o número excessivo de pessoas poderia causar problemas à estrutura.

O vereador Goura, do PDT, integrante da oposição ao prefeito Rafael Greca, disse que é contra à invasão da Câmara, mas responsabiliza o prefeito pela revolta dos servidores.

Depois de aprovados os quatro projetos que fazem parte do ‘pacotaço’, os principais sindicatos que representam os servidores municipais confirmam que pretendem buscar na Justiça a reversão das medidas. Eles também devem promover outras mobilizações para mostrar à população quais serão os efeitos do ajuste fiscal para o serviço público.