De tempos em tempos, um condomínio residencial em São José dos Pinhais, Região Metropolitana de Curitiba, volta a estampar o noticiário policial.

Com 594 apartamentos, o conjunto habitacional Serra do Mar I e II, já foi palco de mais de 30 assassinatos e diversas agressões.

Só em 2017, há registros de, ao menos, seis mortes violentas. Em um dos casos que mais chamou a atenção, uma mulher foi queimada viva dentro de uma pilha de pneus – processo conhecido na gíria criminosa como “micro-ondas”.

Com nove blocos em situação precária, com pichações, janelas quebradas e pintura destruída pelo tempo, quem passa pelo condomínio tem a sensação de que o lugar está abandonado, sendo que, na verdade, ele é monitorado a todo o momento e gerenciado por traficantes de drogas.

Nos últimos anos, várias famílias foram obrigadas a deixar os imóveis, que passaram a ser ocupados por criminosos da noite para o dia. Moradores de bem que insistem em permanecer no local – por necessidade, convivem com o medo diário.

O caso mais recente foi na semana passada, quando uma moradora foi arrastada de dentro do apartamento – na frente do filho, levada até o pátio do condomínio e executada com vários tiros. Como se não bastasse, os assassinos ainda enterraram a mulher, de 55 anos, em uma cova que já estava pronta.

A motivação deste crime ainda não foi esclarecida. A polícia acredita que as mortes no Serra do Mar acontecem, em sua grande maioria, por acerto de contas e para que as quadrilhas possam “impor respeito”.