Ex-diretor da Secretaria da Educação, Maurício Fanini, presta novo depoimento na Operação Quadro Negro

 Ex-diretor da Secretaria da Educação, Maurício Fanini, presta novo depoimento na Operação Quadro Negro

(Foto: reprodução)

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Em um novo interrogatório na Justiça Estadual do Paraná nesta terça-feira (22), o engenheiro e ex-diretor da Secretaria de Estado da Educação, Maurício Fanini, disse ter recebido ameaças da ex-primeira dama, Fernanda Richa. Ele também reafirmou ter ajudado a sustentar um esquema de arrecadação de propina para alimentar interesses, pessoais e eleitorais, do ex-governador Beto Richa, atualmente candidato ao Senado pelo PSDB.

Réu em processos da Operação Quadro Negro, que apura um esquema de corrupção que envolve obras em escolas estaduais, Fanini busca um acordo de delação premiada com a Procuradoria Geral da República. Ao ser interrogado na 9.ª Vara Criminal, em Curitiba, em uma das ações penais decorrentes da Quadro Negro, o engenheiro disse que algumas pessoas próximas a Richa o procuraram exigindo que permanecesse em silêncio.

Entre elas, a esposa do ex-governador, que teria chegado a dizer que os repasses de recursos a Fanini seriam mantidos, mesmo depois de deflagrada a Operação.

O processo no qual Fanini foi interrogado nesta terça-feira (22) trata de contratos para a realização de obras na Escola Estadual Tancredo Neves, em Coronel Vivida, no Sudoeste do Paraná, e Colégio Estadual Professor Linda Bacila, em Ponta Grossa, na região Central. Ele se classifica como parte de uma ‘engrenagem’ arrecadadora de propinas para o grupo político do ex-governador Beto Richa, inclusive para enriquecimento pessoal.

Após as eleições de 2012, o ex-diretor da secretaria da educação afirma que o esquema foi mantido. Parte da propina teria sido usada na compra de um apartamento para o filho de Richa. O intermediário dessa operação foi o empresário Luiz Abi Antoun, primo do ex-governador.

Preso desde o fim de fevereiro, Mauricio Fanini chegou a ser transferido para Brasília, por medidas de segurança. Em junho, foi transferido novamente de Brasília para a carceragem da Polícia Federal em Curitiba. Durante o interrogatório, o ex-diretor chamou a atenção para os valores de propina usados na campanha que reelegeu Richa em 2014.

Em nota, Richa e a ex-primeira dama afirmam que as declarações de Fanini, um réu confesso, são “totalmente inverídicas”. De acordo com o casal, o depoimento não acrescenta qualquer novidade ao caso. Beto e Fernanda Richa argumentam ainda que, desde setembro, Fanini vem tentando obter os benefícios de uma delação firmada com a PGR.

Segundo a nota, a Procuradoria teria se negado a celebrar acordo diante da ausência de fundamentos, declarações falsas, versões mentirosas e que mudam a cada depoimento.

Para o casal, “trata-se, apenas, de mais uma vã tentativa de transferir a responsabilidade pelos crimes por ele próprio praticados e já confessados”. Richa e a esposa dizem ainda que uma ordem do então governador é que deu origem a apurações que levaram à prisão de Fanini, em julho de 2015.

Reportagem: Lenise Klenk

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