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Empresa é investigada por golpe de três milhões em formatura

Caso aconteceu em Maringá, no norte do Estado. Polícia Civil investiga como estelionato

 Empresa é investigada por golpe de três milhões em formatura

Reprodução: Band TV Maringá

Uma empresa de formaturas é investigada após um golpe que pode chegar aos três milhões de reais. Cerca de 120 estudantes do curso de medicina de uma faculdade particular de Maringá, no norte do estado, tiveram o baile cancelado no último sábado (21), horas antes do evento, porque os fornecedores contratados não teriam sido pagos. A empresa alega que havia um déficit orçamentário.

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A secretária da comissão de formatura, a médica Amanda Câmara, relata que a situação começou dias antes, durante um dos eventos do cronograma. De acordo com ela, a empresa defende que o baile foi “adiado” e não “cancelado”.

O cronograma de formatura envolvia diversas festas no decorrer dos seis anos de curso além de um jantar, uma missa, a colação de grau e o baile. Cada formando pagou, em média, dezoito mil reais. Com o cancelamento, outra empresa se ofereceu para organizar o baile de última hora, com o valor de quatrocentos reais por convite, mas nem todos os formandos aderiram. Amanda destaca que, além do prejuízo financeiro, há também a frustração.

Na análise da advogada e Mestre em Direito, Verônica Carvalho, os alunos podem conquistar uma indenização também pelos danos morais.

Em nota, a empresa “Brave Formaturas”, que é de Florianópolis, em Santa Catarina, alega que os fornecedores e prestadores de serviços não cumpriram com o que estava no contrato. O déficit seria de R$ 530 mil para realizar o evento. Além disso, a Brave afirma que o baile foi adiado, mas não há uma nova data para a realização. A Polícia Civil investiga o caso.

A comissão de formatura emitiu uma nota sobre o caso, confira na íntegra:

‘NOTA PÚBLICA DE ESCLARECIMENTOS AOS FORMANDOS TURMA UNICESUMAR T7 – MARINGÁ, PR’.

Inicialmente, é necessário apontar que os formandos, após votação e em comum acordo, contrataram a empresa Brave Brazil para a execução de todos os eventos referentes a formatura, mediante a administração dos valores pagos pelos formandos e a contratação de todos os fornecedores para a realização dos eventos. No entanto, a empresa descumpriu reiteradamente com suas obrigações próximo a realização dos eventos.

Quanto ao fato de a Comissão ter entrado em contato com os prestadores de serviço, especificamente com os produtores das atrações contratadas, isso se deu em decorrência da Comissão ter sido surpreendida uma semana antes do evento com informações sobre o não pagamento dessas atrações, somado a diversas informações de que a empresa não estava cumprindo com suas obrigações com a Turma da FAG (formatura que ocorreu dia 11).

A comissão recebeu informações, até mesmo, por parte de funcionários da própria empresa, que por meio de redes sociais informaram que não estavam recebendo seus salários há mais de 2 meses. Vale ainda frisar que, assim que tomou conhecimento desses fatos, a comissão, imediatamente, entrou em contato por diversas vezes com a empresa, por vários meios – grupos, ligações, não tendo nenhuma resposta por parte da BRAVE, que se manteve omissa. Com isso, intervimos no sentido apenas de perguntar aos produtores se os shows estavam sendo pagos e se havia data em Maringá, sem perguntar ou explanar qualquer outro tipo de informação, até mesmo porque quanto a execução dos demais serviços do evento, que eram de responsabilidade da Brave, a
comissão não tinha informações.

A empresa BRAVE alega que após nosso contato, os fornecedores modificaram pagamentos ou contratos pré-estabelecidos. Porém, alguns contratos nem existiam e os que existiam não estavam sendo cumpridos. Inclusive, no evento de quinta feira (19/01 – jantar de formatura), a única coisa que ocorreu conforme o contratado foram as atrações que, segundo a empresa, a comissão teria atrapalhado.

Quanto ao suposto déficit de R$530 mil citado pela empresa, ressalta-se que ele não tem qualquer fundamento fático. A Comissão apontou para a empresa diversos furos constados na planilha financeira: valor cobrado pela empresa maior que os 10% do contrato, bitributação por parte da empresa, mensalidade dos formandos menor do que o valor realmente pago, etc.

Ao que tudo indica, trata-se de uma tentativa da empresa para justificar a má administração do valor arrecadado. Segundo o plano financeiro, seria destinado para o pagamento das atrações um valor entre R$330 a 350 mil reais. Ao fazer um upgrade das atrações, os gastos passariam para 600 mil reais, gerando um déficit de 350 mil reais, o que foi facilmente pago com as vendas de convites extras, que totalizaram R$726.625 mil reais.

Com o aumento proporcional de pessoas no evento – bebida, comida, espaço, logística – ainda sobraria 121.329 mil reais para gastos extras. Na véspera da realização do evento, após muita insistência da comissão e diversas tentativas frustradas, a empresa respondeu aos contatos e ofereceu opções para a realização do evento que envolviam aporte financeiro. Nós, como contratantes, cumprimos nossa parte, com pagamento das mensalidades e arrecadamento total de R$2.930.859,51; valor suficiente para execução do projeto sem aporte financeiro.

Vale ainda ressaltar que em momento algum existiu concordância quanto adiamento do evento, sendo sempre exigido que o mesmo fosse cumprido integralmente, com todos os itens contratados, o que não se deu exclusivamente por culpa da empresa contratada. A Comissão de formatura, esclarece ainda, que os seus integrantes tratam-se de alunos que não são profissionais do ramo de eventos e que não possuem nem mesmo verba para assistência jurídica e os mesmos se dispuseram com tempo e dedicação pautados pela boa fé e que são vítimas tanto quanto os demais formandos.

Apesar disto, não estão inertes, e já foram tomadas todas as medidas cabíveis nos âmbitos criminal e cível e que os danos, individuais, serão apurados e cada formando poderá pleiteá-los de forma autônoma ou conjunta.”
Maringá – PR, 21/01/23

Reportagem: Larissa Biscaia

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Fabrizio Reusing

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