Trabalhadores em condições de escravidão são resgatados no PR
Os homens eram mantidos em condições precárias no alojamento
Doze trabalhadores paraguaios, que eram submetidos a condições de escravidão, foram resgatados em uma ação policial em Umuarama, na região noroeste do Paraná. O flagrante aconteceu nesta segunda-feira (22), quando agentes do Batalhão de Polícia de Fronteira, com apoio do Ministério Público do Trabalho, foram até o local – uma zona rural, com plantação de mandioca, por meio de uma denúncia, e constataram diversas irregularidades nos alojamentos, além de problemas relacionados a salários, registros, falta de equipamentos de proteção individual (EPIs) e alimentação adequada.
Um perito atestou que os trabalhadores estavam em condições insalubres e inadequadas, como falta de banheiro, local impróprio para fazer refeições e alojamento em condições precárias, sem camas ou chuveiros.
Os homens dormiam em colchões velhos ou pedaços de espumas deixados pelo chão. Também foi relatado que alguns trabalhadores estavam com dívidas com o contratante. Agora, a Justiça deve definir o acerto, com base nos direitos trabalhistas, e quem irá bancar o retorno dos homens ao Paraguai. Até o momento, ninguém foi preso.
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Outros casos recentes acontecem no Paraná: no final de abril deste ano, 20 trabalhadores mantidos sem registro de contrato e em condições precárias de atuação em obras de um loteamento em Terra Rica, no noroeste do Paraná, foram resgatados. A maior parte dos funcionários era do Maranhão. Em março deste ano, 14 trabalhadores foram resgatados em condições análogas à escravidão, em uma pedreira em Mauá da Serra, no norte do Paraná.
Segundo as autoridades, eles utilizavam bombas caseiras para detonar as rochas, sem qualquer espécie de equipamento de proteção. De acordo com o Ministério do Trabalho, desde o início de 2023, até o momento 1.048 trabalhadores rurais foram flagrados em condições de trabalho escravo em todo o país.