“As Espertezas de Arlequim” traz espectadores para participar do espetáculo
Participação especial do público no início da atração teatral
Já no início da peça “As Espertezas de Arlequim” o público é tomado de surpresa. A atriz Joseane Berenda, que interpreta Ricciolina, vai até a plateia em busca de um “marido” para a personagem. O escolhido foi um professor da Universidade Federal do Paraná (UFPR), que ficou sem jeito com o convite. No palco os dois trocaram chapéus e chegaram a dançar um pouquinho de tango. Assim, com interação com o público, a apresentação aconteceu na manhã desta terça (5), na praça Santos Andrade.
Na trama, Pantaleão (Marcelo Felczak) é um à procura da juventude perdida, e para isso decide se casar com Ricciolina. Há também outros personagens, como o atrapalhado Arlequim (Douglas Kodi), que é apaixonado por Ricciolina, quer se casar com ela e fará de tudo para conquistar o coração da jovem. Há ainda um “doutor” (equivalente a um psicólogo), que ajuda Pantaleão em seus momentos de tristeza; e uma bruxa, que auxilia Arlequim a conseguir a poção da juventude em troca de um objeto do Oriente, onde Pantaleão e Arlequim vão buscá-lo.
O estilo comédia da Dell`Arte é influenciado por nomes como Charlie Chaplin e Roberto Gomez Bolaños, o Chaves. A peça de rua, que retornou depois de mais de dois anos de pandemia, foi muito comemorada pelos atores. Para Marcelo Felczak, foi uma felicidade voltar aos palcos: “Para os artistas foi bem difícil. Porque nós não podíamos estar com o público para fazer esta troca, porque teatro sem público não é teatro. E outra coisa, teatro filmado é mais para o audiovisual. Por isso, para nós é muito gratificante estar de volta à rua, trocando energia com o público, apesar de estarmos um pouquinho fora de forma. Mas aos poucos nós vamos voltando, vamos entendendo de novo o público, entendendo nosso lugar nesse espaço aqui, porque foi isso que nós escolhemos para trabalhar. Então vamos preenchendo esse espaço de volta aos poucos”, disse o ator.
Joseane Berenda falou sobre a felicidade não só de reencontrar as crianças, mas o público como um todo: “Estou muito feliz, nós estávamos com receio se o público voltaria para as ruas e praças. Acho que aqui no Paraná talvez seja o primeiro evento que reúna tanta gente. Pelo menos aqui em Curitiba é o primeiro evento que reúne tantas pessoas em um local público. Então ficamos pensando se o público ia se sentir seguro, se estariam na “vibe” também. Mas o pessoal está muito nessa “vibe” de assistir a peça, acho que até mais do que antes da pandemia.”
A reportagem faz parte do projeto especial para o site bandnewsfm feita em parceria com estudantes do curso de Jornalismo da Universidade Positivo. O texto é de Rafael Rattmann.