Uma ave que teve uma das asas aparadas para que não pudesse voar recebeu um transplante de novas penas feito pela equipe do Parque das Aves, em Foz do Iguaçu, no oeste do Estado. Durante o procedimento, que é considerado raro, foram usadas penas compatíveis com as da ave e coladas na parte cortada da asa.

Da espécie araçari-castanho, o animal foi solto ontem (15) em um dos espaços do Parque e fez os primeiros voos de asa nova. A rápida adaptação foi comemorada pela equipe. Segundo a diretora técnica do Parque, Paloma Lucim Bosso, o procedimento só foi possível graças a um banco de penas mantido pela instituição.

O animal foi resgatado pela Polícia Ambiental em abril e além de uma das asas cortadas, tinha também um problema de saúde na boca. Por isso, passou por um tratamento no período de quarentena e recebeu uma dieta especial que também ajudou a prepara-lo para a cirurgia. Paloma explica que as penas transplantadas não impedem o crescimento das novas penas, naturais.

Uma cola forte e lascas de madeira foram usadas para fixar as novas penas no animal. O procedimento não causa dor, já que as penas não têm terminações nervosas. No entanto, a ave foi anestesiada para garantir a estabilidade durante o manuseio. O procedimento de implante de penas é uma técnica antiga e usada em falcoaria, que é o treinamento de falcões. Ele ajuda a restabelecer a capacidade de voo dos animais até que as penas implantadas sejam naturalmente substituídas. O animal pode ser visto no Parque das Aves.

Reportagem: Ana Flavia Silva