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Mirian Gasparin
 Centrais de negócios ampliam acesso a mercados

Foto: Divulgação

As redes e centrais de negócios que se caracterizam pela união de duas ou mais empresas com o objetivo de ampliar o acesso a mercados por meio da compra e venda conjunta e articulada, continuam crescendo.

Segundo levantamento do Observatório Brasileiro de Redes e Centrais de Negócios, que eu acabo de receber, o Paraná alcançou a marca de 35 redes empresariais associativas mapeadas no estado, entre os anos de 2019 e 2023. Este número coloca o estado na sexta posição nacional em volume de grupos e centrais de negócios. O ranking hoje é liderado pelo Rio Grande do Sul, com 93 redes, seguido de São Paulo com 90.

Quando se analisa por setor, no Paraná, o segmento de farmácias é o que possui maior número de redes e centrais de negócios, com dez grupos empresariais mapeados. Na sequência, aparecem os setores de lojas de materiais para construção com nove centrais de negócios e supermercados com oito.

Em todo o Brasil, o mapeamento aponta 512 redes e centrais de negócios, que, juntas, contemplam mais de 25 mil empresas em atividade no país. O pesquisador e professor da Fundação Dom Cabral, Douglas Wegner, chama a atenção para o fato de que o mapeamento demonstra um fortalecimento maior de iniciativas associativas na região Sul. A justificativa é que houve um programa público de apoio à formação de redes que contribuiu de maneira muito significativa para esse número de redes ativas. Outro ponto importante é que os exemplos bem-sucedidos estão fazendo com que mais empresas procurem o associativismo empresarial como forma de obter melhores resultados.

Uma central de negócios pode proporcionar melhor negociação entre os fornecedores com melhoria no preço de compra de mercadorias, construção de uma marca própria, troca de experiências, entre outras vantagens. Porém, participar da central obriga o empresário a modificar a forma de gerenciar seu próprio negócio.

Por exemplo, um grupo de pequenos supermercadistas quer se unir para fazer compras em comum. Para se beneficiarem do aumento de escala que a compra conjunta possibilita, todos terão que comprar na mesma época e com os mesmos prazos de pagamento.

Na prática, isso obriga a uma adequação coletiva das compras. Pode ser que um dos empresários, naquele momento, não esteja precisando do produto, ou que outro deseje uma marca diferente, ou mesmo que um terceiro precise de outro prazo. Ao participarem de uma central ou rede de negócios, os empresários precisarão ter consciência do processo de funcionamento, e terão que se adaptar às necessidades de compras uns dos outros.

Por fim, o CEO da Área Central, que reúne mais de 200 redes e centrais de negócios em sua plataforma de gestão, o executivo Jonatas da Costa, a evolução deste mercado no Paraná e também no país acontece à medida que os benefícios deste modelo de negócios estão se popularizando e se tornando mais claros para os empreendedores.

Mirian Gasparin

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