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Mirian Gasparin

Empresa paranaense exporta energia para Argentina e Uruguai.

 Com preços mais atrativos, mercado livre de energia conquista mais clientes

No mapa brasileiro do consumo de energia elétrica, as empresas que migraram para mercado livre estão ocupando um espaço cada vez maior. E o principal motivo é o preço. Ou seja, as indústrias, o varejo e as empresas em geral que consomem acima de 5 megawatts, têm no mercado livre uma grande economia na conta de energia elétrica.

Só para se ter uma ideia, em abril último, o custo da energia, que é um dos componentes da tarifa elétrica, foi de R$ 278/MWh no mercado regulado e de R$ 93/MWh no mercado livre, ou uma diferença de 67%.

Segundo dados da Associação Brasileira dos Comercializadores de Energia, a Abraceel, quase 33 mil empresas brasileiras estão no mercado livre, onde podem negociar livremente o preço da energia com os fornecedores. E embora este setor tenha crescido 11% no primeiro trimestre do ano contra uma queda de 1,3% do mercado regulado, essas quase 33 mil empresas correspondem a menos de 0,5% das 89 milhões de unidades consumidoras de energia registradas no Brasil. Portanto, há um grande mercado para ser explorado.

Eu conversei com o empresário Walfrido Avila, presidente da Tradener, que foi a primeira empresa brasileira autorizada pela Aneel a comercializar energia no mercado livre, e ele me disse que a companhia tem crescido de forma contínua e acima da média nacional. Sem citar o número total de clientes, o presidente da Tradener me contou que a empresa paranaense que completa 25 anos, em julho, fornece energia para empresas de quase todo o País, mas os maiores clientes estão nos estados de São Paulo, Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Paraná. Só no primeiro semestre, a companhia conquistou 60 novos clientes na geração distribuída e pretende chegar a mais de mil até o final do ano.

A comercializadora paranaense que inaugurou o mercado livre de energia no Brasil, também está voltada para a exportação de energia?

Sim! A Tradener é responsável pelo processo de exportação de energia para o Mercosul desde 2006. Devido às limitações regulatórias e de conexões físicas de intercâmbio, é permitido exportar energia elétrica apenas para a Argentina e Uruguai.

Somente nos primeiros quatro meses deste ano, a Tradener exportou 4 milhões e 300 mil megawatts/hora de energia para a Argentina e Uruguai. Isso equivale ao abastecimento de praticamente um mês de energia consumida em todo o Paraná.

Walfrido Avila faz questão de destacar que só se pode exportar do Brasil a energia térmica e hidráulica EVT, ou seja,  Energia Vertida Turbinável, que não está sendo utilizada no sistema brasileiro.

O empresário também faz questão de destacar que o Brasil encontra no mercado de energia mais um ponto forte para sua geração de divisas. Dentro dos limites técnicos há muitas oportunidades de criar com os países vizinhos do Mercosul um novo mercado para o país, com novas oportunidades de geração de caixa para a nação e, principalmente, atender com um produto fundamental que é a energia.

Mirian Gasparin

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