Descartado por Bolsonaro, Renato Feder diz que recusa convite para o Ministério da Educação
O secretário de Educação do Paraná, Renato Feder, afirma que recusou o convite para assumir o Ministério da Educação. Ontem (05), pela internet, ele agradeceu o convite feito pelo presidente Jair Bolsonaro, mas afirmou que segue com o projeto no Paraná. Apesar da recusa, o nome de Feder já havia sido descartado pelo Planalto após forte pressão da chamada “ala ideológica” do governo. A indicação do atual secretário de Educação do Paraná encontrou resistência dentro dos grupos de apoio de Bolsonaro, que esperam a nomeação de um perfil mais alinhado à ideologia do governo.
A recusa oficial de Renato Feder se deu após interlocutores do Planalto confirmarem que o presidente havia voltado atrás no convite feito na quinta-feira (2). Foi a segunda vez que o secretário de Educação do Paraná teve o nome cotado ao MEC desde a demissão de Abraham Weintraub. Há duas semanas, em 23 de março, Feder foi a Brasília, onde participou de uma reunião com Jair Bolsonaro. O empresário considerou o encontro como uma “entrevista de emprego” e saiu confiante de que o convite para assumir o MEC seria formalizado.
Uma das questões que afastou Renato Feder do Ministério da Educação foi a ligação dele com o governador de São Paulo, João Doria, desafeto do presidente. Dois dias depois da reunião, Jair Bolsonaro anunciou Carlos Decotelli como novo Ministro da Educação. No entanto, a passagem do economista pelo MEC durou apenas cinco dias. Ele foi acusado de mentir sobre cursos de pós-doutorado, doutorado e mestrado, e foi desmentido por universidades da Argentina e da Alemanha. As inconsistências curriculares o levaram à demissão.
Ainda antes de ser empossado, Carlos Decotelli entregou a carta de demissão, no dia 30 de junho. Naquele momento, o nome de Renato Feder foi novamente cotado para o MEC. E o convite oficial, segundo ele, veio dois dias depois (2 de julho). No governo do Paraná, a ida do atual secretário estadual da Educação era dada como certa. Mas, novamente, o Planalto cedeu às pressões externas e a escolha do novo ministro voltou à estaca zero.
Reportagem: Angelo Sfair